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Hinds no Super Bock Super Rock: "Digam às vossas mães que as amam, elas são anjos nas vossas vidas"

Frente a uma projeção de flores de todas as cores, as madrilenas Hinds partilharam com uma pequena, mas entusiasta, plateia as suas canções de guitarras assanhadas e refrões repletos de alegria

Hinds no Super Bock Super Rock: "Digam às vossas mães que as amam, elas são anjos nas vossas vidas"

Lia Pereira

Jornalista

Hinds no Super Bock Super Rock: "Digam às vossas mães que as amam, elas são anjos nas vossas vidas"

Rita Carmo

Fotojornalista

Perante uma pequena mancha humana, à qual poderá não ser alheia uma mudança no horário do concerto para meia hora antes do previsto, as espanholas Hinds deram um concerto alegre e energético, espelhando a sua paixão pelo indie rock de guitarras assanhadas e por um certo power pop com os coros no topo das prioridades. Ignorando a modesta dimensão da plateia que as aguardava (à hora marcada para o começo do espetáculo, surgiram mais alguns curiosos), Carlotta Cosials, Ana García Perrote, Ade Martin e Amber Grimbergen partilharam com os poucos mas entusiastas presentes canções invariavelmente joviais. Por vezes com os 'ganchos' melódicos de uma ladainha infantil, quase sempre banhadas numa efervescência adolescente, as Hinds já estão na idade adulta do terceiro álbum ("The Prettiest Curse", de 2020), mas conservam, em palco, um entusiasmo contagiante e sem idade.

Com o apoio dos fãs que se concentravam nas primeiras filas, e que provavelmente trazem de outros carnavais, ou seja, dos numerosos concertos que já deram em Portugal, as autoras de 'Riding Solo' e 'Just Like Kids (Miau)' deixaram-se inspirar por esse carinho para passearem com toda a genica do mundo pelo seu catálogo de riffs sumarentos e refrões cantaroláveis. Mal servidas por um som pouco claro, possivelmente agravado pelo muito espaço livre na sala Tejo, apresentaram a sua primeira canção escrita inteiramente em espanhol, deixaram mensagens de amor maternal ("Digam sempre que as amam, elas são anjos nas vossas vidas", recomendaram, a propósito da presença da mãe da vocalista Carlotta na plateia) e despediram-se dos portugueses com um momento de genuína felicidade. Com as luzes prestes a apagarem-se, as donas destas canções apunkalhadas & atrevidas para "bailarmos" juntaram-se para saltarem e dançarem de alegria, agradecendo ao pequeno séquito de fãs por mais uma noite em Portugal. É uma alegria que nem sempre se vê dos dois lados da península, e que acaba por tocar quem a testemunha.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: LIPereira@blitz.impresa.pt

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