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Delfins no Rock in Rio Lisboa: generosos e bem alinhados num concerto agitado pelas saudades de outros tempos

De volta aos braços dos fãs, com muito saudosismo à mistura, os Delfins entregaram-se, de forma generosa, à revisão dos êxitos que os transformaram numa das últimas grandes bandas pop-rock que o país viu nascer

Delfins no Rock in Rio Lisboa: generosos e bem alinhados num concerto agitado pelas saudades de outros tempos

Rita Carmo

Fotojornalista

Quando se separaram, em 2009, os Delfins deixaram em suspenso uma das mais bem-sucedidas carreiras ao serviço do pop-rock português. Os fãs, claro, nunca se esqueceram deles. Até porque canções como ‘Nasce Selvagem’, ‘Ao Passar Um Navio’ ou ‘1 Lugar ao Sol’ estão demasiado entranhadas na memória de todos os que viveram os anos 80 e 90 do século passado para serem apagadas. Esta terceira noite de Rock in Rio Lisboa foi de recordações e a banda de Miguel Angelo, Fernando Cunha, Luís Sampaio, Rui Fadigas, Jorge Quadros e Dora Fidalgo ofereceu a todos os que preencheram a encosta frente ao palco Galp Music Valley um alinhamento de luxo, com paragens em todos os grandes momentos de um percurso recheado de êxitos.

Da abertura com ‘Marcha dos Desalinhados’ às despedidas com o hino ‘Nasce Selvagem’, o grupo mostrou-se generoso, quer com quem assistia ao espetáculo quer com ele próprio: cada um brilhando à sua maneira. A voz de Miguel Angelo não denotou grandes marcas do tempo, mostrando-se irrepreensível em ‘Sou Como Um Rio’ ou na versão de ‘Saber Amar’, dos brasileiros Paralamas do Sucesso, o baixo de Rui Fadigas ganhou um bom volume em ‘A Bandeira’, um dos temas mais antigos, Dora Fidalgo mostrou toda a sua força vocal em ‘A Queda de Um Anjo’. “Boa noite, Rock in Rio. É ótimo estar com vocês aqui, de volta. Vamos já seguir porque só temos uma hora”, foi desta forma que o vocalista mostrou que a banda não estava ali para marcar passo.

Sem esquecer a versão de ‘Canção do Engate’, de António Variações, cantada a plenos pulmões e muito aplaudida pela plateia, o coletivo de Cascais apresentou êxito atrás de êxito e os grandes hinos de uma geração que esteve em peso no Rock in Rio: a balada ‘Aquele Inverno’ (“infelizmente, este inverno começou logo por ser o inverno do nosso descontentamento”, disse Miguel Angelo), ‘1 Lugar ao Sol’, com a sua memorável harmónica, em equilibrismo numa hoverboad, e uma super pop ‘A Cor Azul’ ajudaram a compor um concerto que, certamente, ficará para a história da banda e de todos aqueles que embarcaram com ela nesta descontraída viagem ao passado.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: MRVieira@blitz.impresa.pt

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