Começa este sábado o primeiro Rock in Rio Lisboa desde 2018. Cancelado por duas vezes devido à pandemia, o festival do Parque da Bela Vista, em Lisboa, promete ser um "fator de união" numa altura em que o mundo está em guerra, afirma Roberto Medina, criador e diretor do Rock in Rio, que se realizou pela primeira vez no Rio de Janeiro, no Brasil, em 1985. As diferenças entre Brasil e Portugal, a nível de mentalidade e mercado, e as prioridades do evento, que este ano teve de substituir, em Portugal, os cabeças de cartaz Foo Fighters pelos Muse, foram alguns dos temas de conversa com o empresário.
O Rock in Rio realiza-se em Portugal desde 2004. Conhecia Lisboa antes de começar a organizar o festival cá?
Não conhecia! Quando cheguei a Portugal, fiquei encantado. Um dia depois, estava a falar com [Pedro] Santana Lopes [na altura, presidente da Câmara de Lisboa] a mostrar-lhe o projeto. Eu não tinha nenhum conhecimento do mercado de Portugal, mas parecia-me óbvio [que seria uma boa aposta] — porque a fronteira de Portugal é a Europa toda, [o país] está na esquina [do continente]. Eu confesso que ficava intrigado. Porque o Brasil é uma montanha-russa. Económica, política... Quando chego aí e [encontro] um país absolutamente seguro, com uma luz única, comida boa, pensei: há qualquer coisa errada, porque as pessoas tinham uma [atitude] pessimista, que mudou muito desde então. É incrível, parecia que não estavam a ver o país em que viviam. E a desculpa que davam era: o país é pequeno... Portugal não é pequeno! E a fronteira, cada vez mais, é uma coisa que tem de se ultrapassar.
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