Quando veio a Portugal pela primeira vez, na aurora dos anos 2000, Roberto Medina ficou “encantado”. Seduzido pelo potencial de Lisboa, o empresário brasileiro, criador do grande festival carioca Rock In Rio, de imediato idealizou uma versão portuguesa daquele evento. “Um dia depois de chegar, estava a falar com Santana Lopes”, recorda, referindo-se ao então autarca de Lisboa. “Eu não tinha qualquer conhecimento do mercado, mas parecia-me óbvio [que seria uma boa aposta], porque a fronteira de Portugal é a Europa toda.” Por outro lado, as reticências daqueles com quem contactava, deste lado do oceano, deixavam-no “intrigado. No Brasil, vivemos num país que é uma montanha-russa: económica, política... Quando chego a Portugal e [encontro] um país absolutamente seguro, com uma luz única e comida boa, pensei: há aqui qualquer coisa errada. Porque as pessoas tinham uma [atitude] pessimista, que mudou muito desde então. Parecia que não estavam a ver o país em que viviam”, lembra. “Hoje não: esta geração nova é diferente, mais segura.”
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