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Aldina Duarte: “Nasci otimista, morrerei otimista, mesmo que não queira. Sempre fui assim, mesmo no meio de grande tristeza”

Aldina Duarte
Aldina Duarte
Isabel Pinto

A solidão muda de som. Depois do isolamento e da reflexão da pandemia, Aldina Duarte decidiu fazer o disco que queria. “Tudo Recomeça”, acabado de sair, é “serenamente radical”. Entrevista com a fadista que, aos 54 anos, acredita que, pela primeira vez, tudo o que tinha na cabeça está num álbum

Aldina Duarte: “Nasci otimista, morrerei otimista, mesmo que não queira. Sempre fui assim, mesmo no meio de grande tristeza”

Lia Pereira

Jornalista

Uma voz crua, no limite da honestidade, acompanhada por guitarra portuguesa e viola. Vários fados tradicionais que Aldina Duarte sempre cantou ao vivo, e nalguns casos nunca gravara, e um inédito escrito para si por Manel Cruz. “Tudo Recomeça”, álbum que hoje chega às lojas, é, pela primeira vez, tudo aquilo que a autora sonhou. “Não posso ser falsa modesta”, afirma a fadista. “Tenho ouvido o disco várias vezes. Acompanhada, porque sozinha só ouço os defeitos! E é a primeira vez que aquilo que eu tinha na cabeça está no disco. Outro dia contei isto ao Camané e ele: ‘Isso nunca me aconteceu, pá!’ Porque, quando vamos ouvir [o que fizemos], pensamos sempre: ‘Aqui faria de outra maneira!’” Os 12 fados de “Tudo Recomeça”, porém, são a tradução fiel das histórias que Aldina Duarte quis contar. “Estes fados já circulam na minha corrente sanguínea há muitos anos, já têm vida própria”, palpita, acrescentando que a sua prioridade continua a ser a palavra. “O que mais me desafia é cantar a poesia e passar a mensagem. Para mim, a música é só um meio de comunicar isso; como as melodias do fado têm uma personalidade tão forte e tão singular, não tenho de me preocupar com elas. A música será tanto melhor quanto mais eu a deixar falar por si. A letra e a poesia é por onde eu posso improvisar e desbravar a coisa.”

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