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Joe Rogan: “Eu ganho a vida a dizer disparates. Se seguem os meus conselhos sobre vacinas, será que a culpa é minha?”

Joe Rogan
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“Se querem o meu conselho, não sigam o meu conselho”, afirmou o comediante Joe Rogan num espetáculo de ‘stand-up comedy’ em que abordou a polémica em torno do seu podcast no Spotify

Joe Rogan abordou a polémica de que é alvo o seu podcast do Spotify, tanto em palco, num espetáculo de ‘stand-up comedy’, como ao microfone do próprio “The Joe Rogan Experience”, um exclusivo daquela plataforma de streaming.

Na mesma semana em que viu mais de uma centena de episódios do seu podcast retirados da plataforma, a larga maioria devido ao uso de calão racial em programas emitidos antes da pandemia, Rogan referiu-se no seu próprio podcast às críticas de que é alvo, tanto no que diz respeito a acusações de racismo como na difusão de desinformação sobre covid-19.

Esta segunda-feira, o comediante descreveu a reação ao uso de calão racial como “uma questão política”, em conversa com o também comediante Akaash Singh. “Misturaram tudo”, considera. Um dia depois, em palco num espetáculo em Austin, no estado norte-americano do Texas, admitiu que se sentiu incomodado com alguns dos clips “tremendamente racistas”, e que chegou a apontar o dedo a si mesmo enquanto ouvia de novo alguns dos episódios retirados: “Passo o cursor sobre o vídeo e… mais quatro minutos disto?!”. Reportando-se à desinformação sobre vacinas, que levou ao movimento de boicote à plataforma desencadeado por Neil Young, Rogan refugiou-se, contudo, na condição de humorista. “Eu ganho a vida a dizer disparates. Se seguem os meus conselhos sobre vacinas, será que a culpa é minha? Se querem o meu conselho, não sigam o meu conselho”, rematou.

Recorde-se que esta controvérsia teve início no final do mês passado quando Neil Young fez um ultimato ao Spotify, pedindo ao serviço de streaming que escolhesse entre si e o podcast de Joe Rogan, que o músico canadiano acusa de difundir informações falsas sobre vacinas. A carta de Young tornou-se pública depois de centenas de cientistas e profissionais médicos terem pedido ao Spotify que reagisse às ações do ‘podcaster’, acusando-o de veicular matéria “não apenas censurável ​​e ofensiva, mas também médica e culturalmente perigosa”. O Spotify optou por retirar a música de Young da plataforma, mantendo o podcast de Rogan, um exclusivo pelo qual o serviço sueco pagou 90 milhões de euros, dando aí início a um movimento de oposição à plataforma de streaming de música com maior número de assinantes do mundo. O Spotify, por sua vez, insiste que “silenciar” Rogan não está nos seus planos e foi notícia nos últimos dias por estar na iminência de fechar contrato com o clube de futebol Barcelona, tornando-se patrocinador principal da equipa.

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