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“Há um abandono técnico do Estado” no Museu Nacional de Arte Antiga, diz diretor ao “El País”

O ainda diretor do Museu Nacional de Arte Antiga critica o Estado português pelo “abandono"”a que vota a maior pinacoteca nacional. Em entrevista ao espanhol “El País”, António Filipe Pimentel bate a porta com estrondo ao sair

Depois de nove anos à frente do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), António Filipe Pimentel culpa o excesso de burocracia e o desinteresse do Estado português pela sua decisão de abandonar o cargo. Em entrevista ao jornal "El País", o historiador de arte diz que está há meses sem luz nas escadarias e que a loja do museu está fechada porque o computador avariou-se ainda ninguém o foi consertar.

Afirma que tem havido "desinvestimento na instituição", quer no que respeita aos recursos humanos quer em termos administrativos e financeiros. "Há um abandono técnico do Estado que não assume este projeto como seu", diz Pimentel ao jornal espanhol.

Tendo trabalhado com sete ministros da Cultura, diz que apenas João Soares teve "verdadeira consciência da importância do MNAA", mas que, desde que o socialista saiu do cargo nunca voltou a ter contatos diretos com a tutela. E assume uma "divergência ideológica" com a atual responsável pela área, Graça Fonseca e que, por isso, "não há razão para continuar".

António Filipe Pimentel queixa-se da falta de autonomia e completa ainda que "será muito difícil chegar com dignidade ao fim deste mês" porque o museu já perdeu a responsável pelos catálagos e quem geria a comunicação.

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