Autárquicas 2017

“Novo tempo” ou “descalabro” em Castro Verde? Clima crispado no bastião comunista que o PS conseguiu agarrar

Lagartos de porco preto e sopa de cação; calor abrasador e planícies desertas; ruas batizadas em honra ao 25 de Abril e murais em nome da democracia. No centro do distrito de Beja, o PCP ainda está para perceber o que correu mal: 41 anos depois, perdeu a câmara para o PS. Os políticos apontam o dedo à “onda rosa”, à “geringonça” e a uma “campanha dura”. Na rua, um grupo de eleitoras sentencia: “Houve os 45 anos de ditadura e agora já íamos quase nisso outra vez”

- Isto já devia ter mudado há muito tempo!

- Houve os 45 anos de ditadura e agora já íamos quase nisso outra vez. Pensavam que já estavam de pedra e cal, que só havia aquele caminho…

O relógio marca apenas as dez horas da manhã e o calendário mostra que estamos nos primeiros dias de outubro, mas o calor que se faz sentir parece indicar que a conversa se passa numa hora de almoço de um dia quente de agosto. Estamos no centro do distrito de Beja, na vila de Castro Verde, e passam apenas três dias desde que tudo mudou. No domingo, a população foi às urnas e decidiu o que nunca tinha decidido: entregar o poder ao PS, liderado por António José Brito, depois de 41 anos de hegemonia do PCP (na CDU ou em diferentes coligações) naquele concelho.

- Nós somos de hábitos – explica uma das senhoras que compõem este grupo, parado a conversar e indiferente ao sol forte que já se faz sentir. - Enquanto eles se vão portando mais ou menos, vamos votando nos mesmos. Estivemos muito tempo bem, mas agora estávamos mais ou menos e vamos ver como ficamos a partir daqui.

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