Seis meses depois do grande incêndio que consumiu 26 mil hectares de florestas e matos do Parque Natural da Serra da Estrela, está quase tudo por fazer. Estabilização de solos e reparação de caminhos pouco avançaram e tem sido a sociedade civil a mobilizar-se na recuperação da serra
A serra da Estrela está despida, árida, sem árvores. Esquecida, depois de uma semana de fogos, em agosto, que consumiram natureza, paisagem e a biodiversidade da montanha, classificada como Geoparque pela Unesco. Escapou a Encosta de São Lourenço, onde se situa o bosque de faias, no Vale Glaciar do Zêzere. Tudo o resto ardeu e tem sido a sociedade civil a acudir à Estrela.
Chegam de vários pontos do país, munidos de árvores e equipamentos e estão a reflorestar a serra da Estrela. Pinheiros, faias, carvalhos são algumas das árvores plantadas por voluntários que dedicam os fins de semana a recuperar a Serra devastada há seis meses por um incêndio que queimou 26 mil hectares de floresta.
Mas o trabalho não tem sido fácil. “O material lenhoso, que era necessário para evitar a erosão dos solos, foi retirado das encostas”, conta José Maria, presidente da Associação de Amigos da Serra da Estrela.
“A consolidação das vertentes não foi feita após o incêndio, foram cortadas as árvores e os solos ficaram erodidos”, adianta o dirigente.
A reflorestação tem estado a ser feita por voluntários que chegam de vários pontos do país e com técnicas “diferentes”, conta José Maria.
Como o uso de “substrato para compensar a ausência de solos ou a abertura de covas fundas para plantar em torrão com uma rega periódica”, explica aquele responsável.
Os trabalhos pós incêndio deixaram ainda danos nos muros dos caminhos, provocados pelo uso de motoniveladoras.
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