Exclusivo

100 personalidades

Mário Soares
Um Portugal sem mordaça (o primeiro dos 50 perfis que definem 50 anos de história)

<span style="color:#e4bb81">Mário Soares</span> <br>Um Portugal sem mordaça (o primeiro dos 50 perfis que definem 50 anos de história)
Foto Rui Ochoa

Teve vitórias e derrotas, mas diz que “só é derrotado quem desiste de lutar” - e Soares nunca desistiu. Se há quem tenha tenha lugar marcado nos livros da história de Portugal é ele. O perfil de Mário Soares é um dos 50 escolhidos para assinalar os 50 anos do Expresso, a que juntamos 50 que poderão marcar o futuro do país

Ao longo de uma vida política cheia, Mário Soares teve vitórias e derrotas, períodos de isolamento político e momentos de glória. Ficou associado à luta contra a ditadura e à construção da democracia em Portugal. Ganhou dois combates decisivos, ambos associados a um número mágico: 130 mil pessoas. Aproximadamente as que estiveram no comício da Fonte Luminosa em Lisboa (19 de junho de 1975), ponto alto da luta contra o gonçalvismo, e o número de votos que lhe deu a vitória sobre Freitas do Amaral na segunda volta das eleições presidenciais de 1986 (16 de fevereiro).

Foi três vezes primeiro-ministro (1976/78 e 1983/85) e Presidente da República em dois mandatos sucessivos (1986/96). Ganhou eleições pelo PS (1975, 1976 e 1983) e perdeu-as para a coligação PSD/CDS/PPM (1980) e para o PSD de Cavaco (1985). Mas em política, como disse Nelson Mandela, o importante não é quantas vezes se é deitado ao chão pelos adversários mas quantas vezes somos capazes de nos voltar a levantar. Ou como dizia o próprio Soares, só é derrotado quem desiste de lutar.

Soares merece ser recordado como obreiro central da democracia e não pelos seus defeitos pessoais — afinal era um homem e não um semideus da antiguidade clássica —, pelos seus excessos ou pelos famosos e injustos ataques de raiva visando colaboradores próximos.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: RCardoso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate