Newsletter Expresso Ser

A saúde mental dos CEO e dos trabalhadores

Viva, bom dia. Hoje vamos falar de saúde mental e do impacto nas empresas, a começar pelas chefias. Também vamos falar sobre ansiedade ecológica e olhar para o impacto que as alterações climáticas estão a ter na saúde dos portugueses, nomeadamente na saúde mental. E, como sempre fazemos no Expresso SER, vamos olhar para o melhor e para o pior que têm feito as empresas portuguesas no domínio da sustentabilidade.

Vamos começar por Freudenberger

É muito provável que esteja a ler esta newsletter ao mesmo tempo que está a olhar para as mensagens do Whatsapp, ao mesmo tempo que está a despachar emails e ao mesmo tempo que começa a alinhavar o que vai dizer na reunião que vai ter a meio da manhã. É o multitasking. Byung-Chul Han, autor do livro The Burnout Society, diz-nos que o multitasking não representa necessariamente um progresso civilizacional, ao invés, “é uma técnica de atenção usada por animais, indispensável para a sobrevivência na selva”.

O multitask e o excesso de trabalho são dois fatores que nos conduzem a um caminho que um dia nos pode levar ao burnout. Foi há quase 50 anos, em 1974, que o psicanalista norte-americano Herbert Freudenberger cunhou pela primeira vez o termo “burnout”, que definiu como “um estado de exaustão mental e físico causado pela nossa vida profissional”. Herbert Freudenberger e o seu colega Gail North criaram uma lista com 12 estágios que começa na necessidade de ter a aprovação dos colegas, passa pelo excesso de trabalho e termina no último estágio de degradação, o do burnout. São 12 estágios que nos mostram que nas empresas não podemos e não devemos fazer os 12 trabalhos de Hércules, descurando o mais importante, a nossa saúde, física e mental.

Isto só piora com a covid

Margarida Couto do Grace, associação empresarial que atua nas áreas da responsabilidade social e sustentabilidade, esteve na semana passada no nosso podcast Ser ou Não Ser para nos falar precisamente do impacto que os problemas de saúde mental estão a ter dentro das empresas. Pode ouvir aqui a conversa.

“Trabalhar a partir de casa levou muitas pessoas a situações de burnout e as empresas perceberam que a sua resiliência estava posta em causa. Houve muitas empresas que sentiram um abanão maior, por terem tido mais pessoas em burnout e isso levou as empresas a consciencializarem-se sobre a importância de olharem para esse tema”, afirma Margarida Couto.

O burnout, a depressão, as perturbações de ansiedade e todos os problemas de saúde mental afetam os trabalhadores, do topo à base da hierarquia.

O exemplo dos CEO

Nos últimos tempos tem sido cada vez mais comum ouvirmos depoimentos de CEO que dão a cara depois de terem sido apanhados na teia desta doença silenciosa. Ainda todos nos lembramos do todo poderoso banqueiro António Horta Osório (na foto, em baixo) que conseguiu salvar o banco britânico Lloyds, mas não evitou um esgotamento mental que o obrigou a afastar-se do trabalho. Ou do depoimento corajoso do superadvogado João Vieira de Almeida que confessou que chegava ao escritório e nas primeiras duas horas não parava de chorar.

O escritório da Vieira de Almeida é precisamente um dos fundadores em Portugal da MindAlliance que é uma ONG que junta empresas para promover o tema da saúde mental nos locais de trabalho. Esta aliança de empresas surgiu há 13 anos no Reino Unido, expandiu-se para vários países e chegou a Portugal no ano passado.

A organização quer colocar a saúde mental no topo da agenda corporativa e, neste artigo do Expresso, podemos ler Ana Figueiredo, presidente da MindAlliance em Portugal, a garantir que “está comprovado cientificamente que as organizações que enquadram melhor as questões de saúde são mais produtivas e mais criativas. Tudo melhora, desde o nível de motivação e de compromisso à energia para trabalhar em equipa, além do impacto nos objetivos financeiros”.

Quanto custa? 1,4% da faturação

Por falar em objetivos financeiros, a Ordem dos Psicólogos Portugueses publicou este ano um estudo em que calcula, precisamente, o custo que o stresse e os problemas da saúde psicológica nas empresas têm na contabilidade. Concluiu que a saúde mental tem um custo anual de 5,3 mil milhões de euros para as empresas portuguesas. Este custo de produtividade corresponde a uma perda equivalente a 1,4% do volume de negócios.

Como é que a Ordem faz estas contas? Monetiza o valor do absentismo nas empresas provocado pelo stresse e pelos problemas de saúde psicológica (8 dias por ano), bem como o valor do presentismo que pode ir até aos 15,8 dias/ano. O presentismo corresponde à perda de produtividade que ocorre quando os trabalhadores vão para o seu local de emprego, mas funcionam abaixo das suas capacidades devido a doença física ou mental.

Como lidar com isto?

Podemos encontrar algumas pistas no “Mental Health in the Workplace Summit 2023”. O que é isto? Foi um evento organizado na semana passada pelo Center for Responsible Business & Leadership da Católica-Lisbon e cuja cara principal é o Frederico Fezas Vital que os leitores do Expresso SER conhecem do nosso podcast SER ou Não Ser. Este centro da Católica começou por estudar este tema e depois criou um “Pacto para a Saúde Mental em Ambientes de Trabalho”, que congrega, à data de hoje, mais de 30 empresas, de vários setores e dimensões.

No “Mental Health in the Workplace Summit” deste ano (na foto, em baixo), estas empresas partilharam as melhores práticas e reflexões sobre o tema e foi nesse evento que fui “roubar” a citação do Byung-Chul Han com que começámos esta newsletter. E antes de terminar este tópico partilho convosco algumas conclusões e dicas de um dos grupos de trabalho que participou no evento e que podem ser úteis para as empresas que querem lidar com este tema da saúde mental no local de trabalho.

1. Como prevenir?
- Definir iniciativas e atividades que digam respeito à saúde mental;
- Formações anuais transversais à organização;
- Campanhas de sensibilização sobre temas ligados à saúde com divulgação nas plataformas internas de comunicação;
- Promover programas relativos aos pilares da saúde mental;
- Promover o exercício físico, boa nutrição e o sono.
- Disponibilizar apoio social e financeiro e segurança psicológica;
- Trabalho flexível.

2. Como intervir?
- Medicina do Trabalho;
- Medicina curativa/enfermagem;
- Disponibilizar apoio psicológico, serviço social, nutrição, exercício físico;
- Questionário de clima organizacional, riscos psicossociais e consulta aos trabalhadores (com secções especificas para a saúde mental), que permitam ir medindo a eficácia das medidas;
- Linha de apoio 24/24;
- Seguro de saúde que inclua consultas de psicologia/psiquiatria;
- Capacitação/sensibilização;
- Usar ferramentas disponibilizadas por entidades especializadas, tais como o Check-In de Saúde Mental – OP, Fundação José Neves – 29K, ToolKit para empresas – Grace.

3. Como reintegrar?
- Regresso faseado, áreas com processos definidos.
- Nomear uma pessoa na organização para acompanhamento da reintegração;
- Programas de apoio à saúde mental;
- Baixas de longa duração (incluindo doença e parentalidade);
- Programas de suporte parentais, relações, luto, ciclos de vida, preparação reforma, cuidadores;
- Programas de apoio a pessoas com deficiência (próprio, familiares).

Impacto do clima na saúde mental

Fechamos este capítulo sobre a saúde mensal com uma sugestão para ler este estudo que foi recentemente apresentado num evento organizado pela Medis e que teve o Expresso como media partner. Neste estudo intitulado “Riscos climáticos e a saúde dos portugueses: futuro(s) por imaginar e construir”, lê-se que 96% dos portugueses consideram que já estão ou estarão expostos a problemas de saúde causados pelos riscos ambientais.

Este estudo define três tipos de impacto das alterações climáticas na saúde mental. Fica aqui um pequeno resumo, mas pode ler aqui o estudo completo.

1. Passado: Eventos catastróficos, como inundações, furacões, secas prolongadas ou incêndios, podem provocar prejuízos materiais muito relevantes a nível individual, familiar e comunitário, bem como lesões corporais de longa duração e mesmo mortes. O seu impacto psico emocional traduz-se muitas vezes na construção de um sofrimento psicológico e na alteração da forma habitual de a pessoa estar no dia a dia, podendo surgir o diagnóstico psiquiátrico de stress pós-traumático, ansiedade generalizada, lutos prolongados ou complicados, ou depressão.

2. Presente: O caso dos agricultores é particularmente relevante. O stress associado a períodos de seca e à imprevisibilidade das condições meteorológicas tem um impacto muito relevante em termos de saúde mental (com elevados níveis de stress emocional, de ansiedade crónica e de depressão, e com risco aumentado de suicídio).

Para além destes efeitos patogénicos das temperaturas elevadas, a saúde mental também pode ser afetada pela exposição a poluentes inaláveis (incluindo metais pesados, entre outras substâncias), que têm efeito deletério para a saúde mental (a nível neurológico e psiquiátrico).

3. Futuro: O discurso tendencialmente pessimista sobre as alterações climáticas pode gerar sofrimento psicológico, aquilo a que hoje chamam de ansiedade ecológica (eco-anxiety). Esta ansiedade ecológica não deve ser vista como algo nocivo; é até necessária para que a espécie humana tome, de forma coletiva, as decisões necessárias ao combate das alterações climáticas.

PODCAST SER OU NÃO SER 🎧

João Costa, ministro da Educação, veio esta semana ao nosso podcast e esteve à conversa com a jornalista Teresa Cotrim e o nosso convidado residente Frederico Fezas Vital. O tema da cidadania não podia faltar num podcast dedicado à sustentabilidade. João Costa (na foto, em baixo) defende esta disciplina como curricular, argumentando que temos de ser coerentes. Se a lei de bases da educação estipula que a escola serve também para formar cidadãos, então não podemos passar a mensagem de que a disciplina de cidadania pode ser facultativa. Oiça aqui o podcast.

Vale a pena ter um carro elétrico? Henrique Sánchez, presidente da UVE — Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, esteve no podcast “Money Money Money” para debater o custo de abastecer os veículos elétricos face aos motores a combustão. Oiça aqui o podcast. Neste outro artigo, o jornalista Vítor Andrade puxa da calculadora e faz as contas para saber se chegou a altura certa de trocar o seu carro a gasolina ou a gasóleo por um elétrico.

Nuno Fox

LÍDERES DA TRANSIÇÃO

Este é um projeto do Expresso que conta com o apoio da EDP e que procura identificar duas dezenas de personalidades que estão a marcar o percurso da transição energética. Ao longo de dez semanas, o projeto Líderes de Transição vai apresentar estes rostos da transformação, à terça-feira e à quinta-feira. Cada um destes 20 líderes vai partilhar a sua visão do mundo e sugerir caminhos para apoiar o esforço coletivo para a construção de uma economia neutra em carbono, mais justa e inclusiva.

Só para abrir o apetite, deixo aqui os links para o artigo de Débora Laborde, a guardiã dos oceanos que quer acabar com o lixo, do José Teixeira, o empresário com coração que é presidente do grupo DST, e ainda o caso de César Martins, o cientista que quer mudar o mundo através da química.

SUSTENTÁVEL

Aves nos parques eólicos
A Minsait, uma empresa da Indra, anunciou o desenvolvimento de uma nova solução baseada em tecnologias avançadas de algoritmia e inteligência artificial para ajudar as empresas de geração renovável eólica. A solução desenvolvida conta com um foco particular na preservação da avifauna, especialmente das espécies protegidas. A empresa desenvolveu radares 3D, câmaras e algoritmos para detetar as espécies protegidas e evitar o impacto com os aerogeradores.

Abutres foram ao teatro
Seja pela sua aparência ou pelos mitos e superstições que se criam em torno das aves necrófagas, os abutres são uma espécie incompreendida, desvalorizada e até mesmo perseguida. A sua importância para a manutenção do equilíbrio do ecossistema e a iminente ameaça de extinção da espécie em Portugal levaram a Peripécia Teatro a criar um espetáculo para abordar o tema. A peça Ensaio dos Abutres, que se estreou em 2020, regressou agora aos palcos, no Centro Cultural e Recreativo de Benagouro.

Exposição 'Fios de uma matéria única’
O Vila do Conde Porto Fashion Outlet inaugurou um ciclo de exposições, o Local is Beautiful, que tem como objetivo destacar artistas portugueses cujo trabalho se caracteriza pelo uso de materiais nacionais sustentáveis, e com um elevado foco e preocupação pela natureza e pelo meio ambiente.

Sierra reforça práticas ESG
A Sonae Sierra viu recentemente serem aprovadas, pela Science Based Targets Initiative, as suas metas para 2030 de redução de emissões em diversos âmbitos. Além desta validação, a empresa vê também reconhecidas pelo GRESB, com o nível Green Star, as suas práticas ESG com os fundos Sierra Prime e Iberia Coop.

Greenvolt junta-se ao Vila Galé
O grupo Greenvolt, através da Greenvolt Next, juntou-se ao grupo Vila Galé, e será responsável pela implementação de painéis solares fotovoltaicos em 13 unidades de um dos maiores grupos hoteleiros em Portugal, reduzindo a pegada ecológica dos seus hotéis.

SeaTheFuture acelera transição
A SeaTheFuture é um spin-off do Oceanário de Lisboa e é um movimento pioneiro para acelerar a conservação e a restauração do Oceano. A startup lançou uma plataforma online que junta pessoas, entidades e empresas que podem apoiar e viabilizar financeiramente projetos de conservação e impacto, de forma simples e transparente.

BPI junta 2300 voluntários
O BPI realizou a 3ª edição da Semana do Voluntariado BPI que juntou mais de 2300 antigos e atuais colaboradores, familiares, clientes e parceiros do banco. Os voluntários participaram em perto de 200 iniciativas com impacto positivo na sociedade e no ambiente, abrangendo todos os distritos, Açores e Madeira. Os voluntários (na foto, em baixo) estiveram, por exemplo, envolvidos em ações de limpeza de praias e do fundo do mar, em locais como Algés e Sesimbra.

MAIS OU MENOS SUSTENTÁVEL

Brisa é a mais sustentável
A Brisa é a empresa privada de autoestradas mais sustentável da Europa, de acordo com o GRESB (Global Real Estate Sustainability Benchmark), o ranking que serve de benchmark mundial de ESG para o sector das infraestruturas e imobiliário. Na edição deste ano, a Brisa subiu um ponto face à edição anterior e atingiu o seu valor mais alto de sempre, com 97 pontos em 100, consolidando o estatuto de empresa Five Star Rating.

Parceria Nova SBE e novobanco
A Nova SBE e o novobanco assinaram um protocolo de três anos dedicado aos temas ESG. Será criada a Cátedra novobanco em ESG liderada pela professora Melissa Prado que irá focar-se na investigação e formação no campo das Finanças, com um foco em temas ESG, incluindo investigação sobre impacto do investimento sustentável na redução da poluição.

Nestlé tem mais 271 elétricos
No terceiro ano de edição do projeto Green Fleet – de transformação total da frota automóvel para veículos elétricos – a Nestlé Portugal vai juntar à sua frota mais 271 viaturas elétricas. Estas viaturas, que já estão a ser entregues aos colaboradores, vão permitir ao projeto atingir 77% do objetivo de ter uma frota 100% elétrica até 2025. No total dos três anos de projeto, a Nestlé conta já com 387 viaturas elétricas na sua frota.

Go.Charge e BYD juntas
Após anunciar o lançamento de uma plataforma que agrega várias funcionalidades no âmbito da mobilidade sustentável, a Go.Charge revela agora que vai unir esforços com a chinesa BYD em Portugal. Os clientes do fabricante de carros elétricos vão poder usufruir dos serviços da plataforma, em particular da digitalização do processo de carregamento na rede pública.

Deloitte reabre o PACT Fund
Estão abertas as candidaturas ao PACT Fund, iniciativa que a Deloitte volta a promover, pelo décimo ano consecutivo, para apoiar projetos sociais em Portugal, Angola e, a partir desta 10ª edição, Moçambique. O PACT Fund financia há quase uma década projetos de intervenção social dinamizados por organizações sem fins lucrativos do terceiro setor.

Otovo com boas vendas em Portugal
A Otovo, um marketplace europeu de instalações solares e baterias para o mercado residencial, divulgou os resultados da operação global relativos ao terceiro trimestre. O documento analisa diferentes variáveis referentes ao negócio da multinacional nos 13 países europeus nos quais está presente e mostra que, entre julho e setembro, Portugal apresentou o melhor desempenho a nível de vendas.

Empresários escrevem aos políticos
Miguel Stilwell da EDP (na foto, em baixo) é um dos mais de 100 empresários e executivos de grandes companhias globais que subscreveram uma carta aberta dirigida a governos, reguladores e decisores políticos com propostas de ação climática. Esta Aliança dos Líderes Empresariais Climáticos, promovida pelo Fórum Económico Mundial, quer antecipar os temas críticos que irão marcar a agenda da COP28, que se realiza no final do ano. Leia aqui a carta na íntegra.

Ricardo Lopes

INSUSTENTÁVEL

Espécie única extinta no rio Mira
O escalo-do-Mira, um peixe que só existe na bacia do rio Mira, poderá já estar extinto, vítima das alterações climáticas, revela a associação ambientalista Zero, que acusa o Governo de não preservar valores naturais ameaçados.

Ainda sobre a subida do IUC
A Zero considera que o Imposto Único de Circulação (IUC), que o Governo prevê aumentar para automóveis e motociclos anteriores a 2007, não pode ser "socialmente regressivo" e servir para compensar os descontos nas portagens. "Se o Governo quer tributar mais emissões [de dióxido de carbono] por via do IUC, enquanto estratégia de conter essas emissões, não faz sentido que por via da redução dos custos das portagens as incentive", defende a associação.

Circulação automóvel bate recorde
Os dados da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), aqui compilados pela jornalista Raquel Albuquerque, mostram que o consumo de gasolina e de gasóleo rodoviário no primeiro semestre foi o mais alto desde 2010, mesmo tendo em conta o aumento do preço dos combustíveis.

Pico de combustíveis fósseis
O pico de consumo de combustíveis fósseis será atingido esta década, mas já não irá a tempo de evitar um aquecimento global de 2,4 graus Celsius, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). A agência lembra que o aquecimento acumulado até agora já ronda os 1,2 graus e deverá duplicar até ao final do século com a dinâmica atual.

Parar a desflorestação até 2030
Em 2021, os líderes de mais de 100 países e territórios, que representam a maioria das florestas do mundo, comprometeram-se a travar a desflorestação até 2030. Mas um relatório publicado na semana passada dá conta de uma perda de 4% na área florestal em 2022. As florestas são habitats essenciais para a vida animal e importantes reguladores do clima global ao absorverem as emissões de carbono das atividades humanas.

Nos bastidores com os ativistas
Os jornalistas Carla Tomás e Nuno Fox foram visitar os bastidores de uma assembleia-geral do movimento Greve Climática Estudantil (na foto, em baixo), onde os estudantes definiram novas formas de luta. Prometem parar escolas e outras “instituições de poder”, que dizem estar a condená-los “a não ter um futuro”. A disrupção começa a 13 de novembro e culmina com uma “visita de estudo ao Ministério do Ambiente e da Ação Climática”, a 24 de novembro. Leia aqui a reportagem. Sobre este tema também vale a pena ler a opinião do filósofo Viriato Soromenho Marques que defende que as ações de luta devem ter em conta “limites não escritos”.

ACONTECEU

34.ª convenção da ANECRA
Foi no passado dia 27 de outubro que aconteceu a 34.ª convenção da Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA). O mote deste ano foi o “Sector Automóvel – No Caminho da Sustentabilidade”. Neste encontro participaram os principais players da área automóvel.

Planetiers World Gathering em Aveiro
De 29 a 31 de outubro, vários líderes ambientais do mundo estiveram reunidos no Centro de Congressos de Aveiro, na Planetiers World Gathering 2023. Descentralizado, depois das duas primeiras edições em Lisboa, este evento sobre sustentabilidade visa capacitar inovadores, unir agentes de mudança e ampliar oportunidades.

Portugal Energy Conference
Portugal tem potencial significativo na produção solar e eólica, mas também no campo dos gases sustentáveis. O hidrogénio é apontado como essencial para descarbonizar o sector produtivo e captar investimento externo nesta área. O Expresso foi media partner no evento Portugal Energy Conference, organizado pela Associação Portuguesa de Energia. Leia aqui as conclusões.

Debate na Universidade do Porto
Foi no sábado passado que a reitoria da Universidade do Porto promoveu um debate sobre o futuro do mundo que queremos. Partindo da trilogia Utopia – Prospetiva – Política, o fórum discutiu abordagens para a construção de políticas públicas que garantam, no horizonte do ano 2050, o bem-estar, a segurança, a felicidade e a sustentabilidade dos cidadãos.

Semana da sustentabilidade no ISEG
A ISEG Sustainable Week’23 aconteceu no final de outubro e teve um conjunto de iniciativas que refletem o empenho da escola nas questões da sustentabilidade. Em destaque esteve o novo projeto da mini-floresta urbana do ISEG, a mostra fotográfica do projeto Agora Risk, a formação sobre alterações climáticas, mercados de carbono e redução da pegada ecológica com a Carbon Literacy, e o lançamento da campanha de recolha de roupas da Oficina Global.

VAI ACONTECER

Conferência da plataforma ODSlocal
É já dia 3 de novembro, a partir das 14h00, que se realiza a quarta conferência da plataforma ODSlocal sob o lema "das Metas às Soluções". A conferência tem o Alto Patrocínio do Presidente da República e traz a Portugal Marta Garcia-Haro, senior manager da SDSN, com vasto conhecimento da concretização dos ODS (objetivos de desenvolvimento sustentável) na região da Europa do Sul.

Sustentabilidade dos vinhos do Alentejo
A ANP|WWF e a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana vão apresentar no dia 7 de novembro, na Herdade das Servas, a nova versão do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA), uma iniciativa pioneira em Portugal lançada em 2015 e que, há três anos, lançou o primeiro certificado de produção sustentável do país. No evento será apresentado o balanço da atribuição destes selos.

APREN mostra impacto das renováveis
A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) vai apresentar o estudo "Impacto da Eletricidade de Origem Renovável”, no próximo dia 7 de novembro, pelas 11h00 no Altis Grand Hotel, em Lisboa. Além da presença e participação do presidente da direção da APREN, Pedro Amaral Jorge, o evento contará também com a participação da secretária de Estado da Energia e Clima, Ana Fontoura Gouveia.

Sustentabilidade em debate no Grace
O GRACE – Empresas Responsáveis vai realizar a 1ª Edição do congresso “More Than Green”, cujo mote será “A Sustentabilidade como fator de Competitividade”. A iniciativa irá ocorrer entre as 9h00 e as 18h15, no dia 7 de novembro, no Tivoli BBVA, em Lisboa, e pretende debater a sustentabilidade enquanto “driver” essencial da competitividade nas empresas.

“ODS na Prática”, na Católica
“ODS na Prática: Um Plano de Implementação para a sua empresa” é um programa de dois dias que visa ajudar as empresas a desenvolver um plano de ação concreto e personalizado para implementar os ODS na estratégia empresarial, alinhado com as mais recentes tendências ESG. O evento acontece nos dias 20 e 21 de novembro, das 9h as 18h, na Católica-Lisbon.

Por hoje é tudo, daqui a 15 dias estaremos de volta com mais temas, a aplaudir os bons exemplos e a apontar o dedo às más práticas ESG. Porque não basta parecer, é preciso SER. Se quiser falar connosco mande-nos uma mensagem para expressoser@expresso.impresa.pt.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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