Sustentabilidade e embalagem

Prémio Novo Verde: Zero Cups leva os €25 mil

O projeto que está a desenvolver embalagens reutilizáveis inteligentes capazes de circularem inúmeras vezes foi eleito pelo júri como o melhor entre os cinco finalistas, e garantiu o grande prémio de €25 mil, num evento com as atenções bem focadas na sustentabilidade e no aproveitamento de resíduos e que contou com o apoio de Expresso e EY

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A mudança está já ao virar da esquina se as políticas acompanharem, e os vencedores do Prémio Novo Verde Packaging Enterprise Award não têm dúvidas que a sua ideia pode ser uma parte importante das profundas mudanças que se vislumbram no sector das embalagens. "Já há bons exemplos e está-se a fazer boa inovação, mas temos que colocar o pé no acelerador para cumprir as metas", garante um dos responsáveis pelo Zero Cups – Smart Bulk System, Ricardo Morgado.

O projeto - que assenta num sistema inovador e disruptivo de compra a granel, com o objetivo de substituir embalagens de uso único por embalagens reutilizáveis inteligentes (Zero Cups) capazes de circularem inúmeras vezes, permitindo manter todo o histórico, rastreabilidade e medir o impacto ambiental ao longo da sua vida - foi o vencedor do grande prémio de €25 mil atribuído pelo júri à ideia mais inovadora. Foi o resultado de uma deliberação difícil, após os cinco finalistas (que pode conhecer AQUI) terem subido esta tarde ao palco do auditório do edifício do Grupo Impresa para se darem a conhecer.

Composto por Fernanda Dias, diretora-geral das Atividades Económicas; Gonçalo Lobo Xavier, presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição; Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente; Paulo Praça, presidente da Associação para a Gestão de Resíduos; e, Ricardo Neto, presidente do Conselho de Administração da Novo Verde, o júri atribuiu ainda uma menção honrosa ao projeto aeroREPC, que está focado no desenvolvimento de novos aerogéis a partir de resíduos de embalagem pós-consumo.

"Temos que procurar dar novas utilizações aos resíduos" e "fomentar a regeneração dos recursos materiais utilizados", resumiu o secretário de Estado do Ambiente e Energia, João Galamba, que marcou presença para realçar a importância de desenvolver uma nova política de reciclagem e de economia circular. Num evento moderado pela jornalista Rita Neves, destaque também para a presença de Amaro Reis, CEO da Sacos 88; Ricardo Pereira, CEO da Sirplaste; e, José Eduardo Martins, ex- secretário de Estado do Ambiente.

Conheça as principais conclusões do evento.

Sustentabilidade

  • A sustentabilidade deve estar sempre presente na fase de conceção das embalagens.
  • As políticas públicas têm que fomentar a utilização de materiais reciclados e vincar a importância de cumprir metas ambientais como a neutralidade carbónica ou o aumento substancial da reciclagem.
  • "Quem quiser sobreviver tem que ter a sustentabilidade como prioridade", aponta Amaro Reis

Economia circular

  • Reutilizar e reaproveitar são conceitos essenciais para estabelecer modelos de economia circular que valorizem os resíduos e combatam o desperdício.
  • Mas ainda há muito a fazer. Por exemplo, "continuam a ser utilizadas embalagens com diferentes cores e materiais que depois não podem ser recicladas", alerta Ricardo Pereira.
  • É preciso mudar mentalidades e perceber que os benefícios a curto, médio e longo prazo são para produtores e consumidores.

Plásticos

  • Importa também não fazer uma associação imediata entre plásticos e atentado ao ambiente.
  • "O perigo muitas vezes é a corrida a mascarar o plástico, quando o resultado muitas vezes são embalagens piores ou deficitárias" em termos ambientais, segundo Amaro Reis.
  • Melhorar a literacia a informação prestada ao consumidor pode fazer toda a diferença, pois são eles que "moldam as escolhas", lembra João Galamba.

Qualidade em vez de quantidade

  • Apostar em embalagens mais digitais, económicas e amigas do ambiente é um passo muito importante, mas não resolve por si só o problema de base.
  • "Em Portugal temos pouco ou nenhuma recolha seletiva capaz", garante José Eduardo Martins.
  • É necessário "mudar o sistema e recompensar financeiramente pela qualidade e não pela quantidade", acredita Ricardo Pereira.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: toliveira@impresa.pt

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