Tecnologia

Acordo na UE para primeira lei do mundo sobre inteligência artificial

Acordo na UE para primeira lei do mundo sobre inteligência artificial
Yuichiro Chino

Os colegisladores da União Europeia (UE), o Conselho e o Parlamento Europeu, chegaram esta sexta-feira à noite, após várias horas de negociação, a acordo provisório sobre as primeiras regras do mundo para a inteligência artificial (IA), foi anunciado.

Os colegisladores da União Europeia (UE), o Conselho e o Parlamento Europeu, chegaram hoje à noite, após várias horas de negociação, a acordo provisório sobre as primeiras regras do mundo para a inteligência artificial (IA), foi anunciado.

A informação foi avançada pela presidência espanhola do Conselho da UE que, numa publicação na rede social X (antigo Twitter), indica que a estrutura que junta os Estados-membros e os eurodeputados "chegaram a um acordo provisório sobre a lei relativa à inteligência artificial", um regulamento que "visa garantir que os sistemas de IA implementados e utilizados na UE são seguros e respeitam os direitos fundamentais e os valores europeus".

Também a Comissão Europeia, que propôs este regulamento, se congratulou no X com esta 'luz verde' provisória, nomeadamente o comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, que falou num momento "histórico" já que, com este aval, "a UE torna-se no primeiro continente a definir regras claras para a utilização da IA".

Entretanto, e ainda no X, a líder do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, salientou que esta lei "é uma novidade a nível mundial" e introduz um "quadro jurídico único", enquanto a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, falou num "momento histórico para a Europa digital".

Os colegisladores (Estados-membros e Parlamento Europeu) estavam desde junho a negociar as primeiras regras comunitárias para que as tecnologias que desenvolvem e recorrem à inteligência artificial sejam seguras e respeitem os direitos fundamentais.

Esta semana, as negociações intensificaram-se em trílogos de mais de 30 horas, em Bruxelas.

A Comissão Europeia apresentou, em 2021, esta proposta para salvaguardar os valores e direitos fundamentais da UE e a segurança dos utilizadores, obrigando os sistemas considerados de alto risco a cumprir requisitos obrigatórios relacionados com a sua fiabilidade.

Esta será, então, a primeira regulação direcionada para a IA, apesar de os criadores e os responsáveis pelo desenvolvimento desta tecnologia estarem já sujeitos à legislação europeia em matéria de direitos fundamentais, de proteção dos consumidores e de regras em matéria de segurança.

Previsto está que sejam introduzidos requisitos adicionais para colmatar os riscos, como a existência de supervisão humana ou a obrigação de informação clara sobre as capacidades e as limitações da inteligência artificial.

A IA tem vindo a ser cada vez mais usada em áreas como o entretenimento (personalização dos conteúdos), o comércio 'online' (previsão dos gostos dos consumidores), os eletrodomésticos (programação inteligente) e os equipamentos eletrónicos (recurso aos assistentes virtuais como a Siri ou a Alexa, entre outros).

A Comissão Europeia tem tentado reforçar a cooperação entre os Estados-membros relativamente à IA, mas ainda não existe um enquadramento legal comum, pelo que o objetivo é passar de uma abordagem voluntária para a esfera regulatória.

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