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O que é a Bluesky? Uma rede social que é (quase) um clone do Twitter explicada em quatro perguntas

O que é a Bluesky? Uma rede social que é (quase) um clone do Twitter explicada em quatro perguntas
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A Bluesky começou dentro do Twitter, em 2019, mas em 2022 tornou-se um projeto independente. Mais de 687 mil contas estão, atualmente, registadas na plataforma. Saiba o que falta e o que há de novo nesta plataforma

Cátia Barros

Jornalista

A rede social X (antigo Twitter) tem estado sob uma chuva de críticas. Ora porque limitou o número de tweets a ver por dia, ora porque o logotipo e o nome da rede social mudaram da noite para o dia: de Twitter passou a X. E as experiências no X não parecem parar. Esta terça-feira, por exemplo, a rede social anunciou que brevemente vai omitir os títulos dos links de notícias por uma questão estética. Com tantas mudanças, e alguns utilizadores descontentes, novas plataformas têm emergido, como é o caso da Bluesky.

O que é a Bluesky?

À primeira vista, a Bluesky parece um clone do Twitter, com muitos utilizadores a dizer que a sua experiência é muito semelhante à de quando usaram o Twitter em 2012/2013. Ou seja, a Bluesky Social é uma plataforma de microblogging que permite aos seus utilizadores fazer publicações com 300 caracteres, às quais os utilizadores têm chamado skeets.

De forma resumida, a plataforma Bluesky permite a quem já tem conta na rede social criar publicações curtas e interagir de forma pública com outros utilizadores.

Tal como acontece no X, é possível responder, partilhar e colocar ‘gosto’ nos posts de outros utilizadores. Uma das vantagens apresentadas em relação, por exemplo, ao Mastodon (outra plataforma de microblogging), é a sua ferramenta de pesquisa, que apresenta uma melhor experiência de utilizador.

É só no aspeto que está ligada ao Twitter?

Não. A Bluesky começou, em 2019, como um projeto dentro do Twitter. Em dezembro de 2019, Jack Dorsey, na altura presidente executivo do Twitter, anunciou que a empresa ia financiar uma “pequena equipa independente de até cinco arquitetos, engenheiros e designers de código aberto” para “construir um padrão aberto e descentralizado” para as redes sociais.

No entanto, em 2022 tornou-se um projeto independente, sendo “propriedade da própria equipa, sem qualquer participação detida pelo Twitter”. A líder executiva da Bluesky, Jay Graber, garantiu que é ela que detém o “maior controlo” no trabalho de desenvolvimento da plataforma. “Vale a pena reiterar aqui que o Jack [Dorsey] está no nosso lado, mas não é o nosso dono, o Twitter não é o nosso dono”, escreveu.

Mas, então, qual é a diferença para outra rede social de texto?

Além de algumas funcionalidades que ainda não estão presentes na Bluesky, como a partilha de gifs, vídeos ou as mensagens diretas, a plataforma promete e oferece algumas particularidades.

O AT Protocol

O protocolo AT (Authenticated Transfer Protocol) foi criado pelos próprios elementos que desenvolveram a Bluesky e permite, de forma muito resumida, que vários servidores diferentes comuniquem entre si num mesmo espaço. Funciona de forma semelhante ao e-mail em que uma pessoa com uma conta Google (Gmail) consegue comunicar com uma pessoa que tenha conta na Microsoft (Outlook).

As timelines

A forma como os feeds são construídos na Bluesky também é diferenciadora. Há uma timeline, à qual têm chamado skyline, que permite ver por ordem cronológica os skeets das pessoas que se segue. Mas não fica por aqui: é possível personalizar as timelines. “Somos das primeiras redes sociais a fazer a escolha de algoritmo uma realidade”, alertou a própria equipa da rede social. O que é que isto permite? Agregar num feed, que pode ser acessível na aplicação de cada um, todas as publicações sobre algum tema.

Verificar contas

Ao contrário de outras redes sociais não há um sinal azul mágico que prove que alguém é o “real” utilizador de uma determinada conta. No entanto, esta plataforma permite que o utilizador mude o seu handle caso tenha um domínio próprio. Qualquer utilizador que crie uma conta vê atribuído um nome semelhante a este: @nome-de-utilizador.bsky.social. Mas pode, se quiser, passar a aparecer na rede social como nomedeutlizador.pt ou nomedeutilizador.com. Por exemplo, a conta do Bluesky surge na plataforma como @bsky.app e o jornal The New York Times surge como @nytimes.com. Note-se, contudo, que ao fazer esta alteração está a deixar disponível para outro utilizador o seu primeiro handle.


Como aceder à rede social?

Para já, a rede social está só acessível por convite, mas o número de utilizadores tem crescido nos últimos dias. Disponível desde abril, a rede social conta já com mais de 687 mil contas, tendo sido registas, no entanto, 690.871. Ou seja, 3.037 pessoas eliminaram a sua conta.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: cbarros@expresso.impresa.pt

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