Segurança

Sindicato da PSP critica "pressões" da ANA para facilitar controlo no Aeroporto de Lisboa

Passageiros no Aeroporto de Lisboa
Passageiros no Aeroporto de Lisboa
António Pedro Ferreira

Sindicato da PSP considera "incompreensível e intolerável que o Governo" ceda aos interesses de uma empresa privada “cujo único propósito é aumentar os seus lucros”. Em causa estão, segundo o sindicato, pressões para atenuar o controlo no aeroporto e diminuir tempos de espera

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) pediu hoje ao Governo que não ceda a alegadas pressões da ANA - Aeroportos para facilitar o controlo fronteiriço em Lisboa, com o objetivo de diminuir os tempos de espera.

Numa nota, a ASPP/PSP refere ter conhecimento de que a ANA - Aeroportos de Portugal "tem exercido pressão sobre a Polícia de Segurança Pública e o Governo para atenuar os controlos na fronteira de Lisboa, isto numa tentativa clara de diminuir os tempos de espera".

O sindicato da PSP considerou "incompreensível e intolerável que o Governo" ceda aos interesses de uma empresa privada "cujo único propósito é aumentar os seus lucros", numa altura em que o Executivo definiu o controlo da imigração como uma das suas prioridades.

Segundo a ASPP/PSP, é "tecnicamente impossível" assegurar o nível de segurança e controlo exigido pelo Regulamento de Schengen e, simultaneamente, acelerar o fluxo de viajantes no Aeroporto de Lisboa "sem colocar em causa toda a comunidade europeia".

A ASPP/PSP subscreve as recentes declarações do homólogo espanhol: "Enquanto a Aena [operadora dos aeroportos em Espanha] procura benefícios, nós encarregamo-nos do mais importante -- garantir a segurança e cumprir os compromissos estabelecidos no regulamento europeu. Bastaria substituir 'Aena' por 'ANA' para vermos o mesmo conflito de interesses no aeroporto de Lisboa.

A entidade sindical alertou que "os polícias de serviço nas fronteiras encontram-se exaustos", porque nunca se registou um volume tão elevado de passageiros, que continua com a tendência de aumento.

"Todos os dias à ASPP/PSP chegam denúncias/pedidos de ajuda de polícias em desespero. E não apenas de associados", disse, destacando que, "mesmo assim, continua-se com a estratégia de atrair mais passageiros para uma infraestrutura já saturada".

A ASPP/PSP afirmou que "falta reconhecimento e falta compensação financeira" a estes agentes e salientou que "tudo fará para que um operador privado não interfira nos serviços públicos essenciais, sobretudo na salvaguarda da segurança nacional e do Espaço Schengen".

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate