Bastonário dos médicos culpa ministério e direção executiva do SNS pelo fecho da urgência em Almada
O bastonário dos médicos critica a falta de um plano de reserva para evitar o encerramento da urgência obstétrica em Almada
O bastonário dos médicos critica a falta de um plano de reserva para evitar o encerramento da urgência obstétrica em Almada
O bastonário dos médicos criticou este domingo a falta de um plano de reserva para evitar o encerramento da urgência obstétrica em Almada e defendeu que, se houver falha deontológica dos médicos ausentes, o caso deve ser comunicado à Ordem.
O Ministério da Saúde (MS) anunciou no sábado o encerramento inesperado da urgência de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Garcia de Orta devido à falta de médicos para assegurar as escalas, obrigando à deslocação das utentes para hospitais de Lisboa por inexistência de resposta na Península de Setúbal.
"Este fim de semana, sem que nada o fizesse prever, e à última hora, os médicos prestadores de serviços que asseguram regularmente que as populações da Península de Setúbal têm o serviço que lhes é devido, manifestaram a sua indisponibilidade", afirmou em comunicado.
Em declarações à agência Lusa, o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Carlos Cortes, afirmou que esta situação revela "as enormes dificuldades que existem, sobretudo na península de Setúbal", com uma população de mais de 800 mil habitantes, e "as falhas permanentes" do ministério e da Direção Executiva do SNS (DE-SNS) em resolver a situação.
"Tal como vem precisamente no comunicado do Ministério da Saúde, quem tem a responsabilidade de assegurar a resposta permanentemente é o Ministério da Saúde e a Direção Executiva e ambos têm falhado profundamente", criticou.
Apontou em particular a DE-SNS, que "tem a responsabilidade, todos os dias, de coordenar, de articular, e planear a resposta do Serviço Nacional de Saúde", mas disse ser "mais do que evidente que nas últimas semanas e últimos meses isso não tem acontecido", havendo "falhas permanentes".
Para o bastonário, deveria existir "um plano de reserva, uma redundância, sobretudo nesta área da Península de Setúbal", onde tem havido "imensas dificuldades" em manter as urgências abertas.
Ressalvou que podem acontecer imprevistos aos profissionais, como uma doença ou um problema, que os impeçam de fazer o seu turno, mas defendeu que sistema tem que estar capacitado para responder à situação.
"Se há determinados médicos que não têm a possibilidade de iniciar um turno, tem que haver outros que o possam fazer", defendeu, lamentando não existir esse "sistema de redundância" como ficou claro neste caso.
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