8 abril 2023 18:01

O Papa Francisco esteve internado, mas deve estar presente nas celebrações pascais
alessandra benedetti/corbis/getty images
Instituição envelhecida, “retrógrada”, “clerical”, “pouco transparente” debate mundialmente abertura a todos. Mudança de Papa não travará mudanças, acredita padre português que faz parte da equipa do Sínodo
8 abril 2023 18:01
Assolada por várias polémicas e pela crise dos abusos sexuais por membros do clero, que noutros países, como a Irlanda ou os EUA, começou a ter impacto há já vários anos, a Igreja Católica vive um momento de mudança. O Sínodo dos Bispos 2021-2024, ao contrário do habitual, ouviu todas as pessoas, e não apenas os bispos. Uma mudança radical com implicações nos temas levantados e que pode mudar o modo como a Igreja se relaciona com o mundo. Leia-se o que diz a síntese da Conferência Episcopal Portuguesa, feita a partir dos vários relatórios diocesanos: é “uma Igreja que tem dificuldade em fazer caminho com os jovens”, com “mentalidade retrógrada e desajustada”, “demasiado hierárquica, clerical, corporativa, pouco transparente e resistente à mudança”.
Além disso, em Portugal, como em outros países, há o desejo de maior acolhimento “à comunidade LGBTQIA+ e a divorciados recasados”, maior participação das mulheres, diálogo sobre ordenação de homens casados e temas como os desafios do racismo e do tribalismo, as guerras e a violência e a defesa da vida frágil. Paulo Terroso, padre da arquidiocese de Braga, é membro da comissão internacional de comunicação do Sínodo e participou na redação do documento do continente europeu. “O Sínodo já está a mudar a forma como nos relacionamos com estas questões”, que a Igreja não “referia de forma explícita”, nem encarava de frente, acredita.