O ministro da Presidência aceitou manter um encontro, na tarde de sexta-feira, em Lisboa, com jornalistas imigrantes residentes em Portugal para falar do assunto de política interna mais mediático dos últimos tempos: as novas políticas de imigração a serem tomadas pelo governo da Aliança Democrática, anunciadas por ele mesmo no início da última semana no Parlamento, e que, segundo justificou, são o reflexo do resultado das últimas eleições legislativas. Leitão Amaro esperava por perguntas difíceis e com tom crítico, que seriam feitas por quem sente na pele as dificuldades de ser imigrante em Portugal e pensa que as novas medidas vão agravar ainda mais estas dificuldades.
“Eu garanto-vos uma coisa: vocês podem não concordar com o caminho ou com os passos e todas as curvas que estamos a dar, mas tenho a certeza que todos concordam com o destino a que queremos chegar, que é um país onde as pessoas, por serem estrangeiras, imigrantes, refugiadas não são tratadas como foram durante estes anos”, rematou, quando respondia à pergunta sobre que mensagem pode enviar aos imigrantes que sentem que Portugal não os quer mais.
O ministro respondeu a críticas de Ana Paula Costa, da Casa do Brasil, e a perguntas feitas pelos jornalistas Farid Amed Patwary, do Bangladesh, e Juliana Iorio, do Brasil, em representação doutros jornalistas estrangeiros residentes em Portugal e que estão integrados no Migrant Media Project, um projecto de jornalismo inclusivo promovido pela associação Pão a Pão em parceria com o jornal Expresso e a Fundação Calouste Gulbenkian.
Na conversa que foi moderada por David Dinis, director-adjunto do Expresso, o ministro defendeu as medidas propostas reafirmando que o Portugal não pode ser um país de portas fechadas, mas também não pode ter as portas escancaradas.
“Não quero que haja uma maioria em Portugal que escolha as portas todas fechadas ou a remigração, e não quero que os portugueses persistam com uma sensação de que o Estado não está a fazer a sua parte e que por isso extravasa a sua desconfiança na resposta do Estado na sua desconfiança sobre o outro, porque é estrangeiro ou tem uma cor da pele diferente”.
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