O mesmo Leitão Amaro, em entrevista ao “Público” e à Rádio Renascença na quinta-feira, anunciou que existe uma tentativa concertada, entre Governo e confederações patronais, para pôr cá fora um novo regime de migração e que vai permitir uma “tramitação rápida, mas com controlo efectivo e coresponsabilização do empregador para migração laboral regular”, um vector daquilo a que Leitão chama “recrutamento ético”. As entidades empregadoras passariam a ter mais responsabilidade no garante das condições de alojamento e na formação profissional. É uma espécie de via verde, e foi motivada pelas lacunas na construção civil.
Um pilar essencial desse novo regime, escreve o JN, é a facilitação da entrada dos trabalhadores estrangeiros mediante uma responsabilização do patrão. A empresa tem de garantir um contrato de trabalho, residência e formação profissional, o que permite que o trabalhador se mantenha no país até à concessão do visto de residência.
Manuel Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), disse ao JN que faltam cerca de 80 mil trabalhadores só para executar as obras já previstas e calendarizadas. O problema da falta de mão-de-obra funciona como uma bola de neve que atrasa, ou mesmo inviabiliza, a construção porque a impossibilidade de estabelecerem um horizonte para a concretização de uma obra, as empresas não se candidatam a concursos públicos e as obras do PRR estão a ficar para trás. Ou, mesmo quando começam, o seu custo é muito superior.
Manuel Castro Almeida, Secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, que tutela o PPR, já avisou que “não há condições para executar” sem a entrada urgente de mais imigrantes.
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