Ministra da Justiça felicita PJ por recaptura de terceiro evadido de Vale de Judeus

Foi "como marcar um golo", disse Rita Júdice, que vê um "infeliz caso" que "tem sido um sucesso" ao nível da cooperação internacional
Foi "como marcar um golo", disse Rita Júdice, que vê um "infeliz caso" que "tem sido um sucesso" ao nível da cooperação internacional
A recaptura do terceiro de cinco evadidos de Vale de Judeus foi "como marcar um golo", disse hoje a ministra da Justiça que adiantou ainda que o processo de extradição de Fábio Loureiro, ainda detido em Marrocos, está concluído.
"Foi com grande alegria, como alguém dizia é quase como marcar um golo. Estamos muitos satisfeitos com o resultado e muito satisfeitos de ter sido também através de uma boa cooperação internacional. É um grande sinal que se dá às populações e a quem quer prevaricar", disse a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, à saída da sessão de abertura da conferência na sede da Polícia Judiciária (PJ) que assinala o Dia Internacional Contra a Corrupção.
Antes, na intervenção da sessão de abertura, a ministra da Justiça tinha considerado a fuga de Vale de Judeus um "infeliz caso", que "tem sido um sucesso" ao nível da cooperação internacional, felicitando a PJ e o seu diretor nacional, Luís Neves, recentemente reconduzido no cargo, pelo trabalho e resultados na recaptura dos evadidos, nomeadamente o georgiano Shergili Farjiani detido na terça-feira no norte de Itália.
A governante confirmou ainda que está concluído o processo judicial de extradição de Fábio Loureiro, o primeiro dos cinco evadidos a ser recapturado, em Marrocos, mas escusou-se a adiantar pormenores sobre a efetivação do regresso a Portugal por questões de segurança e sigilo.
Luís Neves, por seu lado, não quis também adiantar pormenores sobre a recaptura de Shergili Farjiani em Pádua, invocando questões de sigilo em investigações em curso pela polícia italiana.
O diretor da PJ referiu que a detenção aconteceu fora de flagrante delito, mas enquadrada em "determinado meio criminal", identificado pela PJ.
"Entre os países onde os mandados de detenção europeus são válidos nós tinhamos a perceção que seria no sul da Europa, designadamente Espanha, França ou Itália que esta personagem poderia vir a ser localizada no seio de grupos criminosos que se dedicam a crimes contra a propriedade. Foi isso que aconteceu", disse Luís Neves.
Sobre a extradição do evadido georgiano, Luís Neves sublinhou que os procedimentos associados a um mandado de detenção europeu são mais rápidos do que os mandados de detenção internacionais, mas não se comprometeu com nenhuma data para a extradição.
A fuga de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho da Azambuja, envolveu cinco reclusos, dois deles portugueses já recapturados (Fábio Loureiro e Fernando Ribeiro Ferreira).
Após a captura de Shergili Farjiani, continuam em fuga um cidadão da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer.
Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.
A fuga levou o Ministério da Justiça a avançar com a instauração de nove processos, visando o ex-diretor, o chefe da guarda e sete guardas prisionais, uma decisão que resultou das recomendações do relatório elaborado pelo Serviço de Auditoria e Inspeção (SAI) da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).
Sobre o relatório da segurança nas prisões, Rita Alarcão Júdice confirmou que está concluído e que é "muito extenso", mas disse que não será divulgado por questões de segurança, tendo que ser cumprido o procedimento administrativo de envio ao Ministério da Justiça para depois ser analisado o documento, do qual devem resultar intervenções, a executar consoante o grau de prioridade, e que vão incidir não só ao nível das condições de segurança, mas também das condições dos próprios dos estabelecimentos prisionais.
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