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Justiça

Operação Influencer: "Pese embora" a pesada derrota, MP vai continuar a investigar

Tomada de posse do 24 governo. Lucilia Gago.
Tomada de posse do 24 governo. Lucilia Gago.
Nuno Fox

Lucília Gago garante que a investigação da Operação Influencer vai continuar para apurar factos e os autores dos alegados crimes. Acórdão da Relação concluiu que, para já, não há quaisquer indícios de crime na “narração do MP”. A Relação considerou ainda que os arguidos foram detidos para primeiro interrogatório judicial com base em “meras conjeturas, conclusões, especulações a partir de conversas telefónicas”

Operação Influencer: "Pese embora" a pesada derrota, MP vai continuar a investigar

Rui Gustavo

Jornalista

O gabinete da Procuradora-geral da República, Lucília Gago, garante que o arrasador acórdão da Relação de Lisboa não vai ter influência na investigação da Operação Influencer: “O Ministério Público, pese embora a decisão proferida, prosseguirá as investigações, tendo por objetivo, nos termos da lei, apurar os factos suscetíveis de integrar a prática de crimes, determinar os seus agentes e a sua responsabilidade.” Esta foi a resposta enviada ao Expresso e a outros órgãos de comunicação social que, necessariamente, fizeram perguntas diferentes.

O Expresso, por exemplo, quis saber se há algum prazo para concluir as investigações ou se o inquérito em que é visado António Costa já foi distribuído a algum procurador do DCIAP, mas a resposta foi a mesma. As investigações prosseguem.

Esta quarta-feira, na resposta aos recursos do MP e de dois arguidos Lacerda Machado e Vítor Escária, a Relação de Lisboa não só reduziu ainda mais as medidas de coação, como considerou que a “narrativa do MP” não permitia concluir pela existência de qualquer crime. Segundo o acórdão da Relação, “desta análise resultou que nenhum dos factos adiantados se traduziam na comissão de crimes não ultrapassando o desenvolvimento das funções de cada um dos intervenientes tendo todos eles atuado no âmbito das mesmas”.

A Relação considerou ainda que os arguidos foram detidos para primeiro interrogatório judicial "assente em meras conjeturas, conclusões, especulações a partir de conversas telefónicas que a única realidade que demonstram é a de que houve conversas entre aqueles interlocutores e com aqueles conteúdos, sem que delas se possa retirar qualquer ilação ou dedução lógica sobre se, efetivamente, ainda que por prova indireta com recurso a presunções judiciais assentes em regras de experiência, houve intromissão abusiva nos processos de decisão pública, que algum dos membros do governo, ou do município de Sines tenha agido a troco de qualquer vantagem ou em violação dos deveres do cargo".

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