José Sócrates falou esta terça-feira à comunicação social no Campus de Justiça, em Lisboa, onde compareceu para depor no processo EDP. O ex-primeiro-ministro chegou alguns minutos antes da abertura do tribunal, pelas 13h30, pelo que esperou na rua onde falou aos jornalistas.
O ex-governante começou por recusar comentar as declarações feitas durante a manhã por Passos Coelho, nas quais disse que António Costa se demitiu “por indecente e má figura”. “Pedi-vos aliás para não entrar nesse jogo dos ataques políticos disfarçados de reflexão. Isso não é nenhuma reflexão, foi um ataque político que ele fez.”
Garantindo estar “muito longe de partilhar esse ponto de vista”, aconselha “precaução” a quem tem essa opinião, sob risco de “fazer má figura” dentro de alguns meses. "Estamos para ver se quem fez má figura foi o primeiro-ministro, o Ministério Público ou a oposição"
José Sócrates convidou então os jornalistas a falar sobre o julgamento em curso. Questionado sobre a decisão relativa ao recurso na Operação Marquês, esperada ainda esta semana, disse que não tinha conhecimento que seria conhecida tão brevemente.
E criticou: “Nada como vir junto da entidade administrativa competente, os jornalistas, para saber notícias da Justiça. Porque parece que vocês são informados antes do que aqueles que são parte do processo. Enfim, não é nada a que não esteja habituado.”
Respondendo a uma pergunta sobre os prazos legais para este processo, o ex-primeiro-ministro exaltou-se. José Sócrates pede que seja tratado de forma justa, culpando o MP pela demora no processo. Diz que a “conversa das prescrições” é “conversa do Ministério Público” e critica jornalistas por não recordarem o MP que teve quatro anos para decidir sobre o que fazer com o processo. Recorda que ele próprio apresentou uma queixa contra o Estado em 2017, por o MP nunca mais decidir se avançava ou arquivava processo, que nunca obteve resultados.
“O falhanço do processo Marquês deve-se à inocência das pessoas e não a prescrição nenhuma", sublinhou.
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