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Justiça

Covid 19: Lar de Reguengos exige 2,25 milhões de euros à Ordem dos Médicos

No lar de Reguengos ninguém esquece os tempos da pandemia
No lar de Reguengos ninguém esquece os tempos da pandemia

Fundação que gere o centro onde morreram 17 idosos e uma funcionária quer indemnização por danos reputacionais

Três anos depois das 18 mortes causadas pela covid-19 no lar de Reguengos de Monsaraz, em Évora, há ainda naquela instituição alguns vestígios do período da pandemia, como a pequena sala criada junto a uma das entradas para os familiares verem os idosos da rua em segurança através de um vidro — agora pouco usada, ou os cartazes do SNS espalhados pelo edifício com os alertas aos utentes sobre como se protegerem do vírus.

“Foi um período traumatizante para todos nós”, recorda um idoso, já de 97 anos, que esteve infetado e perdeu a mulher, que também vivia naquele lar. É um dos mais velhos dos 80 utentes e faz parte de um grupo alargado que sofreu mas acabou por sobreviver ao vírus. Perto dele, Dalila Capucho, a jovem assistente social que iniciou o estágio profissional no lar durante o pico da pandemia, acena a cabeça com tristeza. “Aqui ninguém nunca mais se vai esquecer desses tempos.” Mesmo tendo tudo fresco na memória, decidiu guardar em casa as revistas e os jornais desse período conturbado. “Foram ditas e escritas muitas coisas erradas sobre o que se passou aqui”, desabafa. Depois da tragédia, agora sente que é tempo para se fazer justiça. Dalila é uma das 23 pessoas que assinaram a ação, de 53 páginas, da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva — gestora do lar de Reguengos de Monsaraz —, que chegou há poucos dias ao Tribunal Administrativo de Lisboa e que tem como alvo a Ordem dos Médicos (OM).

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