A Câmara Municipal de Lisboa confirmou esta quarta-feira a realização de buscas no departamento de Urbanismo da autarquia, mas remeteu mais esclarecimentos para as autoridades judiciais.
"Qualquer esclarecimento deverá ser prestado pelas autoridades judiciais", disse à Lusa fonte oficial da Câmara Municipal de Lisboa, confirmando apenas as buscas no departamento de Urbanismo.
A TVI/CNN Portugal noticiou hoje à noite que a Polícia Judiciária realizou, na terça-feira, buscas na Câmara de Lisboa por "suspeitas de corrupção, participação económica em negócio e falsificação", numa nomeação para "prestação de serviços que foi assinada em 2015" pelo então presidente da autarquia, Fernando Medina, que é agora ministro das Finanças.
Segundo a TVI, em causa estarão a viciação das regras para a contratação de um histórico do PS de Castelo Branco, Joaquim Morão com vista à gestão das obras públicas na capital. Outro dos alvos é o seu amigo António Realinho, empresário da mesma zona do país, que até já cumpriu pena de prisão por burla.
"O Ministério Público acredita que o objetivo do esquema visou a angariação de dinheiro em obras públicas, com subornos de empreiteiros, para o financiamento ilícito do PS, através dos chamados sacos azuis", refere a TVI.
Uma informação confirmada ao Expresso por fonte próxima do processo.
Em 2018, o jornal “Público” revelava a contratação de três empresas convidadas duas vezes pela Câmara de Lisboa, em 2015 e em 2016, para apresentarem propostas de prestação de serviços à gestão de projectos: os donos das empresas eram Realinho e Morão.
Medina diz não conhecer qualquer investigação
A PJ realizou buscas no departamento de Urbanismo da Câmara de Lisboa e nas casas e empresas de dois empresários de Castelo Branco, suspeitos de participarem num esquema de angariação de fundos para estruturas do Partido Socialista.
A Lusa contactou o Ministério das Finanças e a Polícia Judiciária para mais esclarecimentos sobre o caso, mas até ao momento não foi possível obter uma resposta.
Em declarações à TVI, Fernando Medina disse não ter conhecimento de qualquer investigação, acrescentando apenas que "os processos de contratação da Câmara Municipal de Lisboa eram instruídos pelos serviços competentes para contratação, no cumprimento das normas aplicáveis".
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