Quem está familiarizado com as diferentes tendências dentro da Igreja Católica terá reconhecido a enorme variedade que esteve presente na JMJ. Tão depressa se via um padre com batina preta, como um de calções, t-shirt e sandálias. Na hora das celebrações litúrgicas as diferenças de estilo, que em muitos casos representam também diferenças de abordagem teológica e pastoral, desapareciam à medida que os sacerdotes se paramentavam, revelando uniformidade em torno do essencial, os sacramentos e o sucessor de Pedro.
Entre a multidão de jovens que se juntaram em Lisboa estavam também raparigas de saias longas e mantilha e outras que perante o calor sufocante não hesitaram em colocar-se de calções e tops. Até as bandeiras cada vez mais complexas dos movimentos LGBT marcaram presença no Parque Tejo, onde esvoaçavam a curta distância de estandartes de movimentos conservadores e tradicionalistas. Os olhos do observador atento confirmavam que a JMJ era já a manifestação da vontade do Papa de uma Igreja onde cabem todos, todos, todos.
Contudo, fora do recinto, aliás, fora mesmo do mundo real, nas redes sociais, pode-se verificar que muitos questionam a JMJ, ou pelo menos algumas das suas manifestações mais polémicas.
A divisão entre conservadores e progressistas na Igreja é polémica e demasiado simplista para traduzir a verdadeira complexidade da questão. Um tradicionalista será necessariamente conservador, mas um conservador não é necessariamente um tradicionalista. E dentro do campo dos tradicionalistas há os que não aceitam pôr-se em causa a legitimidade ou a autoridade do Papa e os Sedevacantistas que acham que Francisco não é o verdadeiro líder da Igreja Católica.
Ainda assim, entre os mais conservadores notam-se abordagens diferentes.
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