Jornada Mundial da Juventude

Quartel do Carmo abre as portas aos peregrinos das JMJ para lhes contar (quase) tudo sobre o 25 de Abril

Salgueiro Maia, no 25 de Abril, durante o cerco ao Quartel do Carmo, em Lisboa.
Salgueiro Maia, no 25 de Abril, durante o cerco ao Quartel do Carmo, em Lisboa.
Foto D.R.

A Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril quer contar a história do 25 de Abril de 1974 aos peregrinos que participam na Jornada Mundial da Juventude. A partir de 1 de agosto, há visitas guiadas ao Quartel do Carmo e à mostra documental sobre a vigília da Capela do Rato. Em português e inglês

Cinquenta e três anos depois de o Papa Paulo VI ter recebido, em Roma, os líderes dos movimentos de libertação das antigas colónias portuguesas, causando uma dor de cabeça à ditadura do Estado Novo, a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril associa-se à Jornada Mundial da Juventude e desafia os participantes a conhecerem a história do 25 de Abril de 1974.

Se Paulo VI foi o primeiro Papa a visitar Portugal em oito séculos, tendo estado em Fátima como “peregrino para implorar o inestimável bem da paz”, quando o regime de Salazar mantinha a guerra colonial e reprimia todos quantos contestavam esta política, a Comissão dos 50 anos aproveita o momento único em que Lisboa acolhe milhares de jovens peregrinos para abrir as portas do Quartel do Carmo com visitas guiadas e desvendar a importância da vigília na Capela do Rato, no final de 1972, contra a guerra em África.

Paulo VI foi o primeiro Papa a visitar Portugal em oito séculos de história. Falou de paz quando o regime de Salazar mantinha a Guerra Colonial
Fundação Mário Soares

A iniciativa inclui visitas guiadas ao Quartel do Carmo e à exposição documental “A Paz é possível. A Vigília da Capela do Rato e a contestação à Guerra Colonial”, que volta a ser exibida depois de ter sido apresentada, no início deste ano, na Igreja de São Domingos.

Essa igreja foi palco de uma vigília contra a Guerra Colonial que precedeu a da Capela do Rato, mais conhecida de todos. A vigília na Igreja de São Domingos decorreu na noite de 31 de dezembro de 1968 para 1 janeiro de 1969 e contou com a participação de membros do grupo dos Católicos Progressistas, como Nuno Teotónio Pereira, Luís Moita ou Catalina Pestana. A Cantata da Paz de Sophia de Mello Breyner, que viria a ser cantada por Francisco Fanhais, foi escrita para esta noite.

Pode ser feita AQUI, a inscrição prévia (obrigatória) para participar nas visitas guiadas ao Quartel do Carmo, Museu da GNR e à exposição documental “A Paz é Possível”.

Imagem da exposição sobre a vigília da Capela do Rato que pode voltar a ser vista no Palácio da Independência, em Lisboa
Cortesia Cláudia Teixeira - Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril

As seis visitas realizam-se em português e inglês e começam no dia 1 de agosto, das 11h30 às 13h e das 14h às 15h30. No dia 2, o horário é das 14h às 15h30 e das 15h30 às 17h e, nos dias 3 e 4, entre as 15h e as 16h30.

A exposição documental sobre a vigília da Capela do Rato está patente ao público de 25 de julho a 4 de agosto, no Palácio de Independência, todos os dias úteis.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mgoucha@expresso.impresa.pt

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