Incêndios

Mandatário do Chega suspeito de atear fogos em Montemor-o-Novo fica sujeito a apresentações diárias

Marco Silva, mandatário do Chega à candidatura de Vendas Novas
Marco Silva, mandatário do Chega à candidatura de Vendas Novas
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Marco Silva, que é suspeito de ter ateado fogos em Montemor-o-Novo, foi afastado pelo Chega

O homem, de 43 anos, suspeito de ter ateado focos de incêndio junto à Estrada Municipal 530 (EM530), no concelho de Montemor-o-Novo, ficou sujeito a apresentações diárias, por decisão do tribunal, revelou fonte da GNR.

A mesma fonte indicou à agência Lusa que o suspeito do crime de incêndio florestal no concelho de Montemor-o-Novo, no distrito de Évora, detido na quinta-feira por aquela força de segurança, foi presente hoje a interrogatório judicial no Tribunal Judicial de Évora.

O suspeito ficou em liberdade, mas sujeito a diversas medidas de coação, como apresentações diárias na força de segurança da área de residência e impedido de permanecer em espaços florestais com objetos que potenciem incêndio, adiantou a fonte do Comando Territorial de Évora da GNR.

Segundo a decisão do tribunal, o homem não pode contactar por qualquer meio com os intervenientes no processo e ficou com a obrigação de não adquirir objetos (material combustível), disse.

O suspeito, Marco Silva, é o mandatário da candidatura do Chega à Câmara de Vendas Novas, encabeçada por Jorge Alcobia Pereira, nas próximas autárquicas, confirmou a Lusa, na quinta-feira, junto deste candidato, após informações apontando nesse sentido.

"Oficialmente, ainda é o mandatário, porque legalmente não é fácil estar a substitui-lo", afirmou o candidato. Contudo, Marco Silva "já não está a exercer o cargo" de mandatário porque "quis sair há algum tempo", justificou, acrescentando: "Não pertencia às listas e nem temos já contacto nenhum com ele". Segundo o candidato do Chega à Câmara de Vendas Novas, Marco Silva informou a candidatura de que pretendia sair do partido.

Nas anteriores eleições autárquicas, realizadas em 2021, Marco Silva foi o cabeça de lista do Chega à Câmara de Vendas Novas, mas não foi eleito, e também já foi coordenador daquela concelhia do partido.

A fonte do Comando Territorial de Évora da GNR indicou à Lusa, na quinta-feira, que o alegado incendiário foi detido, em flagrante delito, na madrugada desse dia, junto à EM530, que liga Cortiçadas de Lavre à Estrada Nacional 380 (EN380), após ter sido detetado a sair da sua viatura e a colocar fogo na berma da estrada.

"Tinha na sua posse um isqueiro, uma garrafa de álcool e jornais", que alegadamente utilizava para atear fogo, disse.

De acordo com a fonte da GNR, os militares do Destacamento de Montemor-o-Novo da Guarda estavam a fazer diligências, desde domingo, após o surgimento de focos de incêndio, de madrugada, durante vários dias, naquela zona.

Na sequência destas ignições, "ardeu pasto e os bombeiros de Vendas Novas e Montemor-o-Novo conseguiram extinguir rapidamente os focos de incêndio", salientou.

Em conferência de imprensa realizada hoje na sede do Chega, em Lisboa, o presidente do Chega, André Ventura, pediu a abertura de um processo interno com vista à expulsão do partido de Marco Silva.

"Ontem mesmo, quando soube da notícia, fiz pessoalmente uma participação ao Conselho de Jurisdição do partido para que avançasse com a expulsão, se fosse o caso ainda de militância deste indivíduo", afirmou.

André Ventura afirmou ainda que este dirigente "é um criminoso que tem que ser punido, como todos os outros, com uma pena longa para aprender que não se brinca com o território e que não se brinca com a vida das pessoas".

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