Incêndios

Rewilding Portugal lança campanha de apoio após incêndio que consumiu cerca de 300 hectares em Pinhel

Incêndio florestal perto de Pinhel, Portugal
Incêndio florestal perto de Pinhel, Portugal
MIGUEL PEREIRA DA SILVA

A organização ambiental quer mobilizar fundos para recuperar áreas naturais e ajudar parceiros locais afetados pelas chamas em Figueira de Castelo Rodrigo e Pinhel

A Rewilding Portugal está a promover uma campanha de 'crowdfunding' para apoiar a recuperação da área de regeneração natural do Ermo das Águias e de parceiros locais que foram afetados pelo fogo que começou quarta-feira em Figueira de Castelo Rodrigo.

"O incêndio que deflagrou em Cinco Vilas alastrou ao concelho vizinho de Pinhel, atingindo a área de "rewilding" do Ermo das Águias, gerida pela Rewilding Portugal. O fogo consumiu cerca de 300 hectares de vegetação, incluindo zonas em processo de restauro ecológico", referiu a ONG (Organização Não Governamental) ambiental, que está sediada na Guarda, num comunicado enviada à agência Lusa.

A Rewilding Portugal adiantou que, apesar da extensão do fogo, "todos os animais que habitam a área encontram-se em segurança, incluindo as várias manadas de cavalos Sorraia e de Tauros que contribuem para a gestão natural do território" naquela zona do Grande Vale do Côa.

O Ermo das Águias situa-se em Vale de Madeira, no concelho de Pinhel, e acolhe desde 2022 herbívoros semisselvagens, como os Tauros, um bovino que se assemelha ao extinto auroque, e os cavalos Sorraia, uma raça autóctone portuguesa.

Estes animais têm "um papel fundamental na manutenção de paisagens de mosaico, sendo herbívoras naturais e grandes aliados na proteção da biodiversidade, incluindo na prevenção de incêndios, pelo papel que assumem na gestão e controlo da biomassa presente na paisagem".

"Além do impacto direto no Ermo das Águias, muitos parceiros da Rewilding Portugal foram também afetados, incluindo apicultores, agricultores e outras iniciativas locais, com perdas significativas em terrenos, apiários, sistemas de rega, maquinaria e plantações", adiantou a organização que se dedica à conservação da Natureza.

Nesse sentido, a Rewilding Portugal lançou uma campanha de 'crowdfunding' para financiar a recuperação e restauro pós-incêndio no Ermo das Águias, mas também para apoiar os parceiros afetados e implementar medidas de prevenção que "aumentem a resiliência da paisagem a fenómenos extremos".

A campanha está disponível em https://gofund.me/1a69a893.

Pedro Prata, dirigente da Rewilding Portugal, sublinhou que esta iniciativa pretende "agilizar uma resposta rápida no pós-fogo, para bem dos parceiros e da biodiversidade" do Grande Vale do Côa.

Para o responsável, citado no comunicado, os incêndios deste ano enquadram-se numa tendência preocupante.

"Esta situação já era previsível dado o clima que enfrentámos desde o inverno até à data. Ainda assim, estamos a bater recordes de ignições e área ardida. Trata-se de uma nova realidade com a qual temos de lidar devido às alterações climáticas".

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