Incêndios

Portugal lidera na União Europeia em percentagem o território ardido: até agosto, 2,35% do território nacional foi consumido pelos fogos

Incêndio em Trancoso, no distrito da Guarda
Incêndio em Trancoso, no distrito da Guarda
MIGUEL PEREIRA DA SILVA

Em termos absolutos, apenas Espanha apresenta maior área ardida, mas devido à dimensão do seu território, a percentagem não ultrapassa os 0,68%

Portugal é o país da União Europeia onde arde maior percentagem do território, revelam dados do Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais (EFFIS). Entre 2006 e 2024, em média, 1,05% da área nacional, (cerca de 92 mil quilómetros quadrados), foi destruída por incêndios, quase o triplo da registada na Grécia, segundo país mais afetado, segundo o jornal "Público".

Em 2025, os números já superam a média: até meados de agosto, 2,35% do território português (216.214 hectares) foi consumido pelas chamas. Em termos absolutos, apenas Espanha apresenta maior área ardida, mas devido à dimensão do seu território, a percentagem não ultrapassa os 0,68%.

O Chipre é o país com valores relativos semelhantes este ano, com 2,3% da área queimada, mas a média histórica do país (0,32%) que está abaixo da portuguesa.

Especialistas apontam a conjugação de vários fatores para explicar o cenário em Portugal: elevada frequência de ignições, vastas áreas florestais em zonas montanhosas, clima marcado por invernos com elevada produção de biomassa e verões de seca extrema, além de um sistema de combate excessivamente centrado na Proteção Civil.

Os dados do EFFIS diferem dos números do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que até esta segunda-feira registava quase 184 mil hectares ardidos, devido a metodologias distintas de contagem.

O incêndio de Trancoso, iniciado há nove dias e que se juntou ao de Sátão, já é considerado o maior do ano e pode vir a tornar-se o maior de sempre em Portugal, segundo Paulo Fernandes, engenheiro florestal.

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