Incêndios

Fogo está "completamente descontrolado" na Pampilhosa da Serra: Incêndio mobiliza mais de 1.200 operacionais

Incêndio florestal na Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra
Incêndio florestal na Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra
PAULO CUNHA

O fogo que começou em Arganil e se estendeu à Pampilhosa da Serra continua fora de controlo, com várias frentes ativas e mobiliza 1.200 operacionais, 393 viaturas e 12 meios aéreos

O incêndio em curso na Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra, que teve origem no de Arganil, possuía, pelas 10h45 desta segunda-feira, várias frentes descontroladas, que ameaçaram durante a noite diversas aldeias, disse o presidente da Câmara.

"Neste momento, temos o fogo completamente descontrolado, com as alterações de vento, de velocidade e de rajadas, do fim da tarde e da noite de ontem [domingo]. Agora, somos capazes de ter quatro frentes ativas", disse à agência Lusa Jorge Custódio.

Depois de, no domingo, as chamas, impelidas por vento muito forte, terem queimado tudo em redor das povoações de Meãs e da vizinha Aradas, Jorge Custódio indicou que o fogo passou pela Portela de Unhais e pela sede de freguesia, Unhais-o-Velho, e seguiu pela zona das povoações de Póvoa da Raposeira, Seladinhas, Portas do Souto e Selada da Porta, estas duas já na freguesia de Dornelas do Zêzere.

Adiantou que outra frente encaminha-se para Malhada do Rei, na direção da albufeira da barragem de Santa Luzia.

"São muitas aldeias. Salvaram-se as casas e as pessoas, mas, de resto, à volta está tudo ardido", lamentou.

O autarca disse ainda temer por mais problemas nas próximas horas, com o esperado aumento de temperatura ao longo do dia.

O fogo em curso na Pampilhosa da Serra alastrou do incêndio com início na quarta-feira, na freguesia do Piódão, no vizinho concelho de Arganil, mas também, segundo Jorge Custódio, de outra frente que é fruto de um reacendimento na zona de São Jorge da Beira, no vizinho concelho da Covilhã (Castelo Branco).

Este foco de São Jorge da Beira tinha tido também origem no incêndio que deflagrou na quarta-feira, no Piódão (Arganil) e que passou para a Pampilhosa da Serra, antes de chegar ao sudoeste do concelho da Covilhã.

Outra frente na Covilhã entrou no município, mais a norte, pela zona das Pedras Lavradas (concelho de Seia, distrito da Guarda), também com origem primária no incêndio de Arganil.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil não autonomizou os incêndios da Covilhã ou o da Pampilhosa da Serra continuam com indicação de Piódão, Arganil, enquanto origem das chamas, às 05h00 de quarta-feira e, pelas 11h30, estavam no terreno quase 1.200 operacionais, apoiados por 393 viaturas e 12 meios aéreos.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 02 de agosto.

Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual deverão chegar, na segunda-feira, dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos incêndios.

Segundo dados oficiais provisórios, até 17 de agosto arderam 172 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate