7 março 2014 19:40
O corpo de António Soares Nunes é o único dos sete passageiros portugueses mortos no acidente aéreo que continua longe de casa. O empresário viajava com o sobrinho.
7 março 2014 19:40
O corpo de António Soares Nunes, um dos sete passageiros portugueses do voo da LAM (Linhas Aéreas de Moçambique), que se despenhou a norte da Namíbia, a 29 de novembro do ano passado, é o único que continua por ser entregue à família.
Três meses depois do acidente aéreo do Embraer, a família deste empresário de Estarreja que tinha 65 anos, apelou ao Governo português "no sentido de que este envide os seus melhores esforços, para que seja possível a entrega do corpo".
Em comunicado, lembram as autoridades que "a perda de um familiar nas circunstâncias conhecidas, acrescida deste longo tempo, doloroso e desesperante período de tempo, tem tornado a vida destafamília emocionalmente insuportável, ainda mais, quando as informações que a família vai tendo vão no sentido de que a libertação do corpo está a ser dificultada por problemas burocráticos junto das autoridades namibianas." E acrescentam desconhecer de que problemas se tratam.
António Soares Nunes, empresário da construção civil, viajava na companhia do sobrinho, António Silva Nunes, que também morreu no desastre, que vitimou no total 33 pessoas de várias nacionalidades. Os dois empresários tinham como objetivo o de expandir os negócios da empresa Gruest, em Moçambique, país onde haviam iniciado a atividade no último verão.
O dono da Gruest detinha várias empresas em Estarreja, na área da metalomecânica e de aluguer de autogruas de grande porte. A família de António Soares Nunes pede agora que "o Governo português, através do recurso à via diplomática, consiga desbloquear esta incompreensível e dolorosa situação."
Piloto sob suspeita
O avião da LAM, que fazia a ligação entre Maputo e Luanda, foi encontrado carbonizado no Parque Nacional de Nwabwata, a norte da Namíbia. Não houve sobreviventes.
As autoridades continuam a investigar as causas do acidente. Mas logo depois da tragédia, o presidente do Conselho de Administração do Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM), João Abreu, revelou que a audição das gravações do cockpit indiciavam que o comandante, Hermínio dos Santos Fernandes, teria contribuído para a queda do avião.
As caixas negras revelaram que a altitude foi alterada manualmente três vezes, de 38 mil pés para 592 pés, e a velocidade também.