Ensino

Governo “não sabia que não sabia” número de alunos sem aulas, garante ministro da Educação

Governo “não sabia que não sabia” número de alunos sem aulas, garante ministro da Educação
Gabriel Pinto da Costa

O ministro da Educação, Ciência e Inovação reconheceu esta terça-feira que os dados sobre o universo de alunos sem aulas são antigos. Novo sistema vai permitir medir o problema com rigor

O ministro da Educação, Ciência e Inovação reconheceu esta terça-feira que o Governo “não sabia que não sabia” o número de alunos sem aulas, mas sublinhou que será criado um novo sistema que permita medir com rigor o problema. “Esses números não medem o problema. São os números que os serviços tinham e que vinham a ser usados há anos pelo Ministério, mas o que se comprovou é que não são, de facto, rigorosos”, disse Fernando Alexandre.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, onde esteve reunido com os partidos com assento parlamentar, o ministro da Educação foi questionado sobre a auditoria externa que concluiu que o sistema existente não permite saber exatamente quantos estudantes estão sem aulas por falta de professor, e admitiu que o país, à semelhança do executivo, não sabia que não sabia. “Agora sabemos que não sabíamos, mas vamos passar a saber”, sublinhou, reafirmando que o Ministério pretende criar um sistema de informação que permita medir com rigor o impacto do problema da falta de professores.

A auditoria, realizada pela KPMG, tinha sido pedida pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) na sequência da polémica em torno dos dados sobre alunos sem aulas divulgados no ano passado. As conclusões, divulgadas na segunda-feira, apontam a existência de "lacunas e insuficiências que põem em causa a solidez dos dados reportados pela Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), referente ao número de alunos sem aulas a uma disciplina, bem como a possibilidade de verificação desse mesmo número para os anos letivos de 2023-2024 e 2024-2025".

Perante as falhas, a auditora recomenda a implementação de um sistema que "permita recolher de forma tempestiva e centralizada, diretamente das escolas", essas informações através, por exemplo, "da recolha e compilação dos sumários das aulas" existentes em suporte eletrónico. Segundo o MECI, esta nova solução será implementada a partir do próximo ano letivo para "monitorizar com rigor, credibilidade e transparência" este fenómeno "em diferentes momentos e ao longo do ano letivo".

O novo modelo servirá também para desenhar políticas que combatam o problema, "garantindo assim a equidade no acesso a uma educação de qualidade, com melhores aprendizagens e maior probabilidade de sucesso ao longo do percurso escolar".

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