Ensino

Ensino Superior: Sindicato congratula-se com número de colocados mas alerta para pressão nos docentes

Ensino Superior: Sindicato congratula-se com número de colocados mas alerta para pressão nos docentes
Willie B. Thomas

Quase 50 mil alunos ficaram colocados na primeira fase do CNAES, um número ligeiramente abaixo do registado no ano passado, mas que representa a entrada de 84% dos candidatos

O Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) congratulou-se hoje pelo número elevado de alunos colocados na primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES), mas alertou para a pressão que coloca sobre os docentes.

"Estamos contentes que o número de alunos a entrar no ensino superior se mantenha elevado, de todos os modos isto para os docentes do ensino superior causa alguma pressão", disse à Lusa o presidente do SNESup, José Moreira.

Quase 50 mil alunos ficaram colocados na primeira fase do CNAES, um número ligeiramente abaixo do registado no ano passado, mas que representa a entrada de 84% dos candidatos.

Para o dirigente sindical, o envelhecimento do corpo docente, que tem assistido ao aumento das saídas por aposentação, é um problema a ter em conta, bem como a perda de poder de compra daqueles profissionais.

"O ensino superior é também um serviço público, tal como o Serviço Nacional de Saúde ou a Justiça, e quando os profissionais começam a ser mal tratados e as carreiras começam a perder atratividade, o que nós estamos a fazer é tirar dinheiro do bolso dos contribuintes, que é quem nos mantém", apontou José Moreira.

O SNESup vê ainda com "grande preocupação" o facto de ter havido 38 cursos aos quais nenhum aluno concorreu, na maioria em politécnicos e nas áreas de engenharias, o SNESup.

"Para o país, não dar importância aos técnicos superiores é um problema grave, porque parece que continuamos a assistir a uma economia de serviços de baixo valor acrescentado, como é caso do turismo e hotelaria", defendeu José Moreira.

Para o responsável sindical, o país deve "procurar outros caminhos", que passam "pela especialização tecnológica e por inverter a questão de haver pessoas altamente especializadas com salários diminutos", sob pena de continuar a formar profissionais que vão trabalhar para outros países.

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