As pessoas com sintomas de infeção respiratória devem usar máscara, manter o distanciamento dos outros, e evitar o contacto com outras pessoas durante cinco dias de sintomas caso testem positivo à covid-19. Estas são as novas recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgadas esta quinta-feira.
A autoridade de saúde nacional lembra que os sintomas das infeções respiratórias são “muito semelhantes” aos da covid-19 ou da gripe: tosse, febre (temperatura = 38.0ºC) sem outra causa atribuível ou calafrios, perda ou alteração do olfato ou paladar, falta de ar, cansaço sem causa aparente, dores musculares não resultantes de exercício físico e recusa alimentar ou ausência de fome, dor de cabeça, dor de garganta e diarreia.
Se tiver alguns destes sintomas, a pessoa deve descansar, beber água para se manter hidratada e pode tomar medicamentos como o paracetamol - caso não tenha indicação clínica contrária - para ajudar a reduzir os sintomas. No caso de sair de casa, além de usar máscara, deve evitar locais com aglomerado de pessoas, como os transportes públicos, e cumprir as regras da etiqueta respiratória (tossir para a dobra do braço e lavar frequentemente as mãos).
Se o estado de saúde se agravar, pode contactar o SNS 24 (808 24 24 24) ou o médico assistente para ser orientado para avaliação nos centros de saúde ou nas urgências hospitalares, ou para receber “recomendações adequadas” para cuidar da doença em casa. Nesses casos, a possibilidade de teletrabalho deve ser considerada.
No domicilio, devem ser mantidos os cuidados necessários para evitar transmitir a infeção, incluindo a limpeza das superfícies, o arejamento das divisões e o uso de máscara cirúrgica nas divisões partilhadas.
Se a pessoa com teste positivo sair de casa durante os primeiros dias após o teste, deve minimizar os contactos com outras pessoas, manter um distanciamento mínimo de 1,5 metros, usar máscara cirúrgica ou Respirador FFP2 (quando não é possível o distanciamento), lavar frequentemente as mãos, e evitar locais com aglomerados de pessoas (transportes públicos e locais fechados ou mal ventilados, por exemplo).
Se praticar atividade física, a DGS aconselha que o faça ao ar livre ou em locais onde não esteja em contacto próximo com outras pessoas.
Crianças com febre não devem ir à escola
A DGS fez ainda recomendações aos pais de crianças e jovens em idade escolar: podem ir à escola se tiverem sintomas ligeiros de infeção respiratória como tosse, dor de garganta ou nariz a pingar, e só devem ficar em casa se tiverem febre.
As infeções das vias respiratórias são comuns em crianças e jovens, nomeadamente nos meses do outono/inverno, e, para a maioria, não são graves. A autoridade de saúde aconselha, contudo, a que fiquem em casa se houver febre, podendo regressar à escola quando tiverem alta médica, ou deixarem de ter febre e quando se sentirem suficientemente bem para frequentar o estabelecimento de ensino.
A DGS insiste que todas as crianças e jovens com sintomas de infeção nas vias respiratórias "devem ser ensinadas a cobrir a boca e o nariz com um lenço de papel ao tossir e/ou espirrar", descartando os lenços e lavando ou desinfetando as mãos.
Se houver agravamento das queixas, os pais devem contactar o SNS24 (808 24 24 24) ou o médico assistente, especialmente se a criança tiver menos de dois anos de idade, sublinha a DGS.
As crianças e jovens que vivam com uma pessoa que tenha testado positivo à covid-19 devem continuar a ir à escola, cumprindo as medidas básicas de higiene.
Máscaras obrigatórias nos serviços de saúde e lares
A DGS recorda ainda que é obrigatório o uso de máscara no estabelecimentos de serviços de saúde e nas estruturas residenciais ou de acolhimento ou serviços de apoio domiciliário para populações vulneráveis, pessoas idosas ou pessoas com deficiência, bem como em unidades de cuidados continuados da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.
O uso de máscara é recomendado nas farmácias comunitárias, em pessoas com mais de 10 anos sempre que se encontrem em ambientes fechados e em aglomerados, nomeadamente, transportes públicos (incluindo avião), plataformas e acessos cobertos de transportes, como aeroportos, terminais marítimos e redes de metro e de comboio. Caso teste positivo à covid-19 ou tenha sintomas de gripe, o uso de máscara também é aconselhado na rua.
As máscaras são ainda recomendadas em pessoas mais vulneráveis, nomeadamente pessoas com doenças crónicas ou estados de imunossupressão com risco acrescido para infeções das vias respiratórias, sempre que estejam em situação de risco aumentado de exposição, assim como em pessoas que estão em contacto com a população mais vulnerável.