Coronavírus

Covid-19: UE recomenda que vacinação para viajar só seja válida durante nove meses

Covid-19: UE recomenda que vacinação para viajar só seja válida durante nove meses
Javier Lizon

A comissária europeia da Saúde pediu hoje esforços "urgentes" para atingir taxas de vacinação anti-covid-19 "significativamente mais elevadas" na União Europeia, que permitam maior segurança nas viagens. A proposta sugere que vacinados não sejam submetidos a restrições adicionais e que não vacinados sejam mais testados

A Comissão Europeia quer que as vacinas contra a covid-19 tenham uma validade de nove meses em contexto de viagens entre os seus Estados-membros. A informação foi avançada esta quinta-feira em comunicado de imprensa.

O documento suporta esta medida no facto de o Centro Europeu para o Controlo de Doenças (ECDC) ter recomendado que sejam administradas doses de reforço da vacina seis meses depois do primeiro esquema vacinal estar completo. Segundo a UE, a medida inclui um período de adaptação de três meses, para que os cidadãos dos Estados-membros possam ter acesso à terceira dose da vacina. Os certificados de vacinação que sejam emitidos após a dose de reforço também serão aceites, aponta Bruxelas.

“Será dada prioridade aos passageiros vacinados”, pode ler-se ainda no documento. Na prática, a Comissão Europeia quer que os Estados-membros abram portas de forma “sistemática” às pessoas que tenham recebido as vacinas aprovadas pela Organização Mundial da Saúde e também pela Agência Europeia do Medicamento - sendo que no caso das vacinas apenas aprovadas pela OMS, como as que foram produzidas por empresas chinesas, é também necessário apresentar um teste PCR negativo.

A Comissão Europeia atualizou as suas recomendações sobre coordenação “para facilitar a livre circulação segura durante a pandemia", sublinhou esta quinta-feira a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides. O objetivo é que quem tenha um Certificado Covid-19 Digital da UE válido “não seja, por princípio, sujeito a restrições adicionais, tais como testes ou quarentena, independentemente do seu local de partida" na UE.

Por outro lado, "as pessoas sem um Certificado Covid-19 Digital da UE podem ser obrigadas a submeter-se a um teste realizado antes ou depois da chegada", propõe a instituição aos Estados-membros, aos quais cabe a decisão final sobre viagens.

No âmbito das orientações divulgadas esta quinta-feira, que Bruxelas quer ver em vigor a 10 de janeiro de 2022, a instituição propõe ainda que as isenções de quarentena apenas sejam aplicadas a crianças menores de 12 anos e a viajantes essenciais (como trabalhadores). As propostas serão agora avaliadas pelo Conselho da Europa.

Esforços "urgentes" na vacinação

A comissária europeia da Saúde pediu ainda esforços "urgentes" para atingir taxas de vacinação anti-covid-19 "significativamente mais elevadas" na União Europeia, que permitam maior segurança nas viagens, e exortou à administração de vacinas de reforço. "Já vacinámos mais de 65% da população total da UE, mas isto não é suficiente. Há ainda demasiadas pessoas que não estão protegidas e, para que todos possam viajar e viver com a maior segurança possível, precisamos de atingir taxas de vacinação significativamente mais elevadas urgentemente", apela Stella Kyriakides.

"Temos de continuar a encorajar fortemente todos a continuarem a respeitar as medidas de saúde pública e as máscaras têm de se manter", conclui a responsável europeia pela tutela da Saúde.

Dados do ECDC revelam que, até ao momento, 65,8% da população da UE está totalmente vacinada, enquanto 70,1% tomaram apenas a primeira dose. Por países, existem grandes discrepâncias nas taxas, entre os 24,7% de vacinação total na Bulgária e 86,6% em Portugal.

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