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Coronavírus

“Aprendemos”, “todos temos de evitar”. Costa dá tudo contra um “trágico janeiro” em plena campanha eleitoral

“Aprendemos”, “todos temos de evitar”. Costa dá tudo contra um “trágico janeiro” em plena campanha eleitoral
TIAGO MIRANDA

A vacina é boa, a vacina não chega. Voltaram as restrições, mas não as piores. Vamos ter Natal e passagem de ano, mas depois paramos para testagem “Temos de evitar que o janeiro de 2022 possa sequer aproximar-se do trágico janeiro de 2021”, disse - e repetiu três vezes - António Costa, justificando o regresso à não normalidade e um quase confinamento na primeira semana de janeiro. Objetivo: evitar o regresso de uma vaga incontrolável. Pelo meio, evitar um Governo debaixo de fogo antes das eleições

“Aprendemos”, “todos temos de evitar”. Costa dá tudo contra um “trágico janeiro” em plena campanha eleitoral

David Dinis

Diretor-adjunto

António Costa ansiou por uma vacina durante quase um ano, desejou a imunidade de grupo durante meio ano. Em setembro, enfim, anunciou o regresso à normalidade - o país chegou às autárquicas já com o anúncio do fim de quase todas as restrições. Durou dois meses, nem isso. Com o país a entrar numa quinta vaga, com o país em plena crise política, Costa teve de dar meia volta e regressar às conferências de imprensa difíceis.

O regresso foi duro, mas Costa começou pelo copo meio cheio: Portugal tem a “mais elevada taxa de vacinação” da Europa e isso “tem consequências benéficas para todos”, frisou o chefe de governo, anotando um “menor número de internamentos, de internados em cuidados intensivos”. A vacina “tem permitido salvar vidas” e a “situação é francamente melhor”.

O lema era “a vacinação vale a pena”, mas não servia para dizer, desta vez, que era suficiente, antes para anunciar um reforço do processo de vacinação. Agora é a terceira dose, que será aplicada a 2,5 milhões de portugueses até 19 de dezembro; agora é também preparar tudo para vacinar as crianças acima de cinco anos - mas só a partir de 20 de dezembro (quando chegarem as doses da Pfizer) e depois de parecer positivo da DGS. Costa teve mais cuidados: disse que só será dada quando os pais quiserem e com o acordo dos pediatras. Nada de imposições.

Vacina sim, vacina não. Porque depois António Costa passou para o quadro mais negro: “Infelizmente temos uma evolução negativa em internamentos, em cuidados intensivos e temos a lamentar um maior número de óbitos. Estamos melhor do que generalidade dos países europeus, mas não tão bem como queremos estar”. E, vai daí, seguiram as velhas medidas restritivas.

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