Coronavírus

Profissionais de saúde de Inglaterra obrigados a vacinarem-se a partir de abril de 2022

Medida está a ser contestada

O Governo britânico decidiu que a vacina contra a covid-19 vai tornar-se obrigatória para todos os 1,45 milhões de profissionais de saúde do sistema público, o National Health Service (NHS), a partir de abril do próximo ano, segundo avança o Guardian

Esta abordagem em relação à vacinação contra a covid está a gerar críticas em Inglaterra, receando-se que possa levar muitos profissionais de saúde a sair do país

A obrigatoriedade entra em vigor em abril do próximo ano, o que, segundo o jornal britânico, se deve ao facto de o secretário da Saúde, Sajid Javid, ter acatado os conselhos de provedores e confederações do NHS no sentido de a adiar para o próximo ano, para evitar o risco de um êxodo de médicos ou enfermeiros durante o inverno, que é a época mais movimentada do ano para os serviços de saúde.

O presidente-executivo da NHS Providers, Chris Hopson, já tinha alertado esta segunda-feira que, embora a maioria dos chefes dos hospitais apoiassem a vacina obrigatória, mais de 90% temiam que viesse a agravar a falta de pessoal que já se faz sentir no serviço de saúde pública em Inglaterra.

Chris Hopson enfatizou a "potencial perda de funcionários que não querem tomar a vacina, quando o serviço já está sob forte pressão e com 93 mil vagas", e defendeu que o Governo britânico "deve reconhecer o risco de perder funcionários da linha de frente e avançar em primeiro lugar com esforços para maximizar a adesão voluntária à vacinação". Segundo os dados mais recentes, 90% do pessoal de saúde pública em Inglaterra já se encontra vacinado.

"Embora pensemos que é responsabilidade profissional dos médicos receber a vacina, quando sabemos que mais de 92% deles já o fizeram, é preciso perguntar porque está a ser feita uma abordagem tão pesada, especialmente quando isso pode levar a disputas prejudiciais que nada mais seriam do que uma distração dos verdadeiros desafios que a força de trabalho do NHS está agora a enfrentar", considera Helen Stokes-Lampard, presidente da Academy of Medical Royal Colleges, que representa todos os médicos do Reino Unido, citada pelo Guardian.

A British Medical Association, o sindicato dos médicos, pediu na semana passada ao secretário da Saúde britânico que adiasse esta decisão de vacina obrigatória para os profissionais de saúde até o Departamento de Saúde e Assistência Social fazer uma avaliação de impacto e apurar quantos médicos ou enfermeiros poderiam vir a demitir-se do serviço com esta medida.

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