A variante Delta (indiana) já representa 70% dos novos casos de covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo, revelou João Paulo Gomes, investigador do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), esta terça-feira à noite durante o programa da RTP “É Ou Não É”.
“Aqueles 60% que nós falamos como sendo a prevalência da variante Delta em Lisboa e Vale do Tejo, neste momento, já está em 70%”, adiantou o especialista, acrescentando que este número é superior no concelho de Lisboa: está “claramente acima de 70%”.
Também na região Norte a prevalência da variante Delta cresceu e “já não estamos a falar de 15%, estamos a falar de 20%”, revelou ainda João Paulo Gomes.
Estes novos valores apresentados pelo microbiologista e coordenador do estudo de variabilidade genética do SARS-CoV-2 revelam um aumento face aos resultados preliminares das sequenciações do vírus apresentados no domingo. De acordo com esses dados revelados há três dias, os números apontavam para “uma prevalência da variante Delta superior a 60% na região de Lisboa e Vale do Tejo", em contraste com o Norte onde a prevalência desta variante era "ainda inferior a 15%”.
Mas, entretanto, a prevalência da variante Delta já é superior, o que mostra que é de facto mais contagiosa e que está a ganhar força, principalmente em Lisboa e Vale do Tejo – a região de Portugal que apresenta o maior número de novos casos diários há mais de um mês (desde o dia 21 de maio).
“Foi-nos possível durante os últimos dias fazer uma atualização dos dados que reportámos", justificou o investigador do INSA no programa da RTP. Em princípio, até ao final desta semana o instituto vai atualizar estes dados, mas João Paulo Gomes adianta que não sabe “até que ponto estes números possam mudar”.
Num comunicado do INSA enviado às redações no domingo, o instituto comunicou que a variante indiana é 60% mais contagiosa do que a variante britânica.
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