Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) adverte que há várias semanas tem vindo a realizar esforços no sentido de compreender, junto da tutela e da 'task force' para a vacinação, as razões da exclusão dos docentes e não docentes do ensino superior na campanha prioritária da vacinação à covid-19, em relação aos restantes níveis de ensino.
Em comunicado, os reitores lembram que uma norma da Direção-Geral da Saúde sobre o processo de vacinação (Norma 002/2021, de 21 de abril) menciona os “profissionais de estabelecimento de educação e ensino e respostas sociais de apoio à infância” como um dos grupos prioritários de vacinação para a preservação da resiliência do Estado.
No entendimento do CRUP, os profissionais de universidades e politécnicos deverão estar incluídos neste grupo de prioritários, que, para além de serem parte integrante do sistema de ensino nacional, estão envolvidos no esforço de resiliência do Estado, tal como os docentes do Ensino Básico e do Ensino Secundário.
Os reitores avançam em nota conjunta, esta sexta-feira, que “não há razão científica que justifique a opção de priorizar a vacinação de profissionais de apenas alguns níveis de ensino”. “O risco de transmissão do SARS-CoV-2 é semelhante em qualquer sala de aula ou qualquer estabelecimento de ensino, sabendo que foi precisamente ao nível do Ensino Superior que se detetaram, em Portugal, os primeiros casos de covid-19 em contexto escolar.”
O Conselho presidido por António de Sousa Pereira, reitor da Universidade do Porto, alerta que, face à atual definição de “contacto de risco” da DGS, “um único profissional que venha a testar positivo poderá obrigar ao isolamento profilático de um grande número de estudantes ou até mesmo ao encerramento do estabelecimento de ensino”, colocando, assim, em risco o esforço despendido por toda a comunidade académica para retomar as atividades letivas presenciais.
Por estas razões, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas continua a mobilizar esforços para sensibilizar os responsáveis técnicos e políticos da campanha nacional de vacinação para a necessidade de corrigir esta inexplicável discriminação dos docentes e não docentes do Ensino Superior em relação aos restantes profissionais de ensino do país.
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