A pandemia do novo coronavírus já provocou, pelo menos, 2.947.319 mortes a nível mundial, resultantes de mais de 136.568.060 casos, segundo um balanço feito pela France Presse (AFP).
No último dia, registaram-se 8924 mortes e 613.712 novas infeções em todo o mundo, de acordo com a contagem mais recente da agência.
Os países que registaram o maior número de novas mortes no último dia foram o Brasil, com 1480 óbitos, a Índia (879) e a Polónia (645).
Na segunda-feira, a Europa ultrapassou um milhão de mortes por covid-19. A Organização Mundial de Saúde já advertiu que as infeções estão a aumentar exponencialmente, apesar dos esforços para combater novos surtos.
Os Estados Unidos continuam a ser o país mais afetado pela covid-19, tanto em número de mortes (562.533) e infeções (31.268.132), seguindo-se o Brasil, o México, Índia e o Reino Unido.
Entre os países mais atingidos, a República Checa é o que apresenta o maior número de mortes em relação à sua população, com 262 mortes por 100.000 habitantes, seguida pela Hungria (245), Bósnia (228), Montenegro (220) e Bulgária (207)
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Brasil
O Brasil voltou esta terça-feira a registar um aumento no número de mortes e infeções pelo novo coronavírus, tendo contabilizado 3.808 óbitos e 82.186 casos nas últimas 24 horas, informou o Ministério da Saúde.
No total, a nação sul-americana, com 212 milhões de habitantes, concentra 358.425 vítimas mortais e 13.599.994 infeções desde o início da pandemia, números que colocam o Brasil na segunda posição mundial de países com mais mortos e na terceira com maior número de casos.
O Brasil é ainda o país com mais mortes registadas em 24 horas, muito acima dos Estados Unidos, país mais afetado pela covid-19 em números absolutos, ou da Índia, uma tendência que foi observada ao longo de todo o mês de março e que se tem repetido em abril.
De acordo com o último boletim epidemiológico difundido pela tutela da Saúde, a taxa de incidência da doença no Brasil, que atravessa o seu momento mais critico da pandemia, é hoje de 171 mortes e 6.472 casos por 100 mil habitantes.
São Paulo continua a ser o foco da pandemia no país, totalizando 84.380 vidas perdidas para a doença causada pelo novo coronavírus e 2.667.241 diagnósticos positivos da doença.
Desde o registo do primeiro caso em solo brasileiro, em fevereiro do ano passado, 12 milhões de pacientes recuperaram da doença, enquanto que 1.166.771 infetados permanecem sob acompanhamento médico.
No momento em que a campanha de imunização contra a covid-19 avança a um ritmo lento no Brasil, o Ministério das Relações Exteriores informou, em comunicado, que o consórcio Covax Facility destinará ao país 842.400 doses da vacina da Pfizer/BioNTech. A previsão de entrega é para junho.
"O Ministério da Saúde tem 42,5 milhões de doses de vacinas contratadas com a Covax Facility. A quantidade é suficiente para vacinar 10% da população brasileira. Até ao momento, o Brasil já recebeu mais de um milhão de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford por meio dessa iniciativa. Cabe ressaltar que essas 842.400 doses não fazem parte das 100 milhões já contratadas pelo Governo diretamente com a farmacêutica", indica o comunicado.
Um levantamento feito pelo Ministério da Saúde aponta que pelo menos 1,5 milhões de brasileiros que tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19 não completaram a imunização com a segunda dose.
O maior país da América do Sul aplica desde janeiro o imunizante desenvolvido pela farmacêutica AstraZeneca e pela Universidade de Oxford e outro desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac.
"Fizemos um levantamento contando esses dias [do prazo para a segunda dose] e temos para completar a segunda dose 1,5 milhões de brasileiros que já deveriam ter completado. Esse é o total que estaria no tempo para a segunda dose. Os outros ainda estão no prazo. Vamos emitir uma lista com números e discutir uma estratégia para buscar essas pessoas", disse a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Brasil, Francieli Fontana, em declarações à imprensa.
Dados divulgados por um consórcio de meios de comunicação social, que compila informações sobre a pandemia no Brasil, informa que até segunda-feira foram aplicadas mais de 31,2 milhões de doses de imunizantes contra a covid-19 no país.
Deste total, mais de 23,8 milhões de pessoas receberam a primeira dose e outras 7,3 milhões receberam duas doses.
França
França tem esta terça-feira quase 6.000 doentes com covid-19 internados nas unidades de cuidados intensivos, um recorde desde abril de 2020, no pico da primeira vaga, revelam dados divulgados hoje pelas autoridades sanitárias.
Há 31.226 pessoas internadas nos hospitais franceses devido ao vírus e 5.952 desses pacientes estão em estado grave, mais 36 do que na véspera, números registados apenas durante a primeira vaga, em abril do ano passado.
Incitado por vários especialistas face à disseminação em França da variante do SARS-CoV-2 detetada no Brasil, o Governo gaulês decretou hoje a suspensão dos voos com o país sul-americano até "nova ordem", não havendo para já uma meta definitiva para o restabelecimento das ligações aéreas.
No Governo francês há hoje mais um ministro a cumprir um período de quarentena. Após ter tido contacto com uma pessoa infetada, Jean-Michel Blanquer, ministro da Educação, vai ficar em teletrabalho nos próximos dias.
Nas últimas 24 horas morreram em França 345 pessoas devido à covid-19, perfazendo assim um total de 99.480 óbitos desde o início da pandemia. Desde segunda-feira foram detetados 39.113 novos casos de vírus no país, tendo sido já registados 5.106.329 casos confirmados.
Reino Unido
A pandemia de covid-19 resultou na morte de mais de 150 mil pessoas no Reino Unido, das quais 23 nas últimas 24 horas, indicam números divulgados esta terça-feira pelo Governo britânico. De acordo com os dados estatísticos, no total, morreram no Reino Unido 127.123 pessoas entre 4.375.814 casos de infeção confirmados desde o início da pandemia covid-19.
Mas o balanço sobe para 150.419 óbitos se forem somados os casos cujas certidões de óbito fazem referência ao novo coronavírus como fator contributivo. O número de casos nas últimas 24 horas foi de 2.472, menos do que os 3.658 da véspera.
Os dados mostram que na segunda-feira foram imunizadas 261.096 pessoas contra a covid-19, das quais 59.905 com a primeira dose e 201.191 com a segunda dose.
No total, 40 milhões de vacinas foram já administradas desde dezembro, das quais 32.250.481 como primeira dose e 6.541.174 como segunda dose, a qual é administrada com um intervalo de entre três e 12 semanas.
México
O México anunciou esta terça-feira os ensaios clínicos da vacina mexicana contra a covid-19, chamada Pátria, com o objetivo de concluir o processo até ao fim do ano e marcar a independência do país face aos fármacos estrangeiros. "Uma vacina com este nome significa que devemos pensar sempre em ser independentes, que é do nosso interesse ser independentes", declarou o Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, numa conferência de imprensa.
O chefe de Estado mexicano foi o responsável pela escolha do nome da futura vacina, tendo assumido a inspiração na vacina Soberana de Cuba. López Obrador, que frequentemente enaltece o seu nacionalismo, frisou que o México deve ser "autossuficiente naquilo que é fundamental", nomeadamente ao nível dos alimentos, da energia e dos medicamentos, incluindo no desenvolvimento de uma vacina contra uma doença que já provocou mais de 209 mil mortos e quase 2,3 milhões de infetados no país.
"É preciso tentar não depender tanto do estrangeiro", defendeu o Presidente mexicano a propósito da futura vacina, ao mesmo tempo que os especialistas envolvidos no processo pedem cautela. Para iniciar os ensaios clínicos da futura vacina mexicana, desenvolvida pelo laboratório Avimex e pelo governo federal, as autoridades procuram até 100 voluntários na Cidade do México.
O fármaco, já testado em ratos e porcos, utiliza um vetor viral da doença de Newcastle, uma doença altamente contagiosa que afeta as aves (domésticas e selvagens), mas que não é perigosa para os seres humanos. Caso o calendário das três fases dos ensaios clínicos corra como estipulado, a aprovação do pedido para o uso de emergência da vacina mexicana será possível entre novembro e dezembro de 2021.
"Se tudo correr como esperado, teremos uma vacina mexicana até ao final deste ano que será colocada à disposição da Cofepris [órgão regulador mexicano] para a aprovação para uma utilização de emergência", explicou Maria Elena Alvarez-Buylla, diretora-geral do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (Conacyt), na conferência de imprensa conjunta com o Presidente mexicano.
Em declarações à agência espanhola EFE, Malaquías López, professor de Saúde Pública da Universidade Nacional Autónoma do México, destacou a importância de ter precaução em relação ao calendário estipulado para os ensaios clínicos, mencionando a situação ocorrida hoje com a vacina da Johnson & Johnson, que parecia consolidada. "Não há nenhuma razão para acreditar que a vacina mexicana é perfeita e que será capaz de avançar todos os capítulos de uma forma simples", disse Malaquías López.
As autoridades sanitárias federais dos Estados Unidos recomendaram hoje "uma pausa" na administração da vacina anti-covid-19 de dose única da Johnson & Johnson, de forma a permitir investigar casos de coágulos sanguíneos potencialmente associados à inoculação do fármaco.
Com uma população de 126 milhões de pessoas, o México foi um dos primeiros no mundo a iniciar a vacinação contra a doença covid-19, tendo administrado até à data 11,8 milhões de doses.
No México estão atualmente disponíveis várias vacinas: Pfizer/BioNTech, AstraZeneca/Oxford, Sputnik V e as chinesas CanSino e Sinovac. A vacina indiana Covaxin poderá ser acrescentada em breve a esta lista.
Para assegurar estes contratos e evitar mais atrasos nos envios de vacinas, o ministro dos Negócios Estrangeiros mexicano, Marcelo Ebrard, irá deslocar-se em breve aos Estados Unidos, à Rússia, à China e à Índia, segundo referiu a EFE.
Grécia
A Grécia registou esta terça-feira um novo recorde de pacientes infetados com covid-19 entubados, assim como o maior número de mortes em 24 horas deste ano. No país há hoje 802 pacientes ligados a ventiladores - pela primeira vez em toda a pandemia superam-se os 800 - um sinal da grande pressão enfrentada pelas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) helénicas há várias semanas.
Além disso, morreram nas últimas 24 horas 93 pessoas, o que totaliza 9.054 óbitos desde o início da pandemia. Ainda hoje, foram registadas 4.033 novas infeções, das quais cerca de metade (1.812) ocorreram na região capital de Ática, totalizando 301.103 casos confirmados.
Apesar destes números, na semana de 05 a 11 de abril, a presença do SARS-CoV-2 nas águas residuais da capital diminuiu em 33%. No entanto, noutras zonas do país a carga viral nas águas aumentou consideravelmente, como em Chania, na ilha de Creta, onde cresceu 50%, ou em Xanthi, no norte do país, onde subida foi considerável chegando aos 196%.
Turquia
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou novas restrições durante o mês do Ramadão, que se inicia esta terça-feira, para conter a pandemia de covid-19 que registou um novo recorde de contágios. Nas últimas 24 horas foi assinalado um novo recorde com 59.000 casos positivos, e ainda 273 mortes. O número de contágios diários é seis vezes superior ao registado no início de março.
Com as novas restrições, apenas será permitido sair à rua entre as 05:00 e as 19:00, antecipando-se em duas horas o recolher obrigatório que vigorava até às 21:00, e o confinamento volta a ser aplicado durante todo o fim de semana, quando apenas se cumpria ao domingo.
Os restaurantes e cafés, que reabriram no início de março após três meses sem atividade, voltam a encerrar e apenas poderão servir refeições ao postigo ou para entrega ao domicílio, prática muito habitual em cidades como Istambul.
As deslocações entre cidades também vão ser proibidas e todos os eventos sociais, incluindo casamentos ou reuniões públicas, serão adiados para depois do Ramadão. Erdogan sublinhou que os resultados destas medidas serão observados durante duas semanas, e admitiu restrições mais severas caso a curva dos contágios não decresça.
A comunidade médica tinha pedido medidas mais restritivas perante a alarmante subida das infeções e das mortes diárias, que aumentaram de 70 para 250 casos em três semanas.
A Ordem dos médicos turca tem questionado os números oficiais, numa altura em que o registo municipal de óbitos em Istambul indica nos últimos dias mais 100 mortes que as habituais nesta cidade, que concentra 20% dos 83 milhões de habitantes do país.
Em simultâneo, prossegue a campanha de vacinação iniciada em meados de janeiro, com 7,7 milhões de pessoas imunizadas com as duas doses da Sinovac, e outras 3,7 milhões com a primeira injeção, a maioria também com o fármaco chinês, apesar de nas últimas duas semanas ter começado a ser também aplicada a alemã BioNTech.
Índia
A Índia contabilizou 879 mortes e 161.736 casos nas últimas 24 horas, um dia depois de registar um novo máximo de 168 mil infeções e ultrapassar o Brasil no total de contágios.
O número de casos tem vindo a aumentar na Índia desde fevereiro, ultrapassando desde há vários dias o pico da primeira vaga, registado em 17 de setembro de 2020, quando foram diagnosticados 97.894 casos num só dia.
O aumento de infeções verificou-se, sobretudo, no estado de Maharashtra, responsável por mais de metade dos casos nas últimas semanas. Na cidade de Pune, neste estado, começam a faltar ventiladores para os doentes covid - existiam apenas 28 disponíveis, na segunda-feira, para os mais de 110.000 infetados, segundo a AP.
Várias cidades impuseram restrições e recolher obrigatório para tentar travar a propagação do vírus, depois de o Governo indiano ter permitido grandes ajuntamentos em festivais religiosos, como o Kumbh Mela, com banhos rituais no rio Ganges.
Paralelamente, a Índia aprovou a utilização de emergência da vacina russa Sputnik V contra a covid-19, anunciou esta terça-feira um fabricante local de medicamentos, numa altura em que começam a escassear vacinas no país que atravessa uma segunda vaga.
A Sputnik V é a terceira vacina a obter a aprovação das autoridades indianas, depois da Covashield, versão da vacina da AstraZeneca produzida localmente, e da Covaxin, uma vacina desenvolvida pela empresa indiana de biotecnologia Bharat Biotech.