Agência Europeia de Medicamentos esclarece declarações de um funcionário seu: não está provada ligação entre a AstraZeneca e as tromboses
Esclarecimento surge depois de um alto funcionário da Agência ter afirmado que existia essa ligação
Esclarecimento surge depois de um alto funcionário da Agência ter afirmado que existia essa ligação
Jornalista
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA no acrónimo em inglês) negou esta terça-feira que já tenha sido estabelecida uma conexão causal entre a vacina Oxford/AstraZeneca e uma rara formação de coágulos sanguíneos. O esclarecimento surge depois de um alto funcionário da agência ter afirmado que existia essa ligação.
O processo de revisão da vacina “está atualmente em curso”, adiantou a EMA numa declaração à agência France-Presse. Na mesma nota acrescenta que as conclusões do comité de segurança da agência deverão ser dadas a conhecer esta quarta ou quinta-feira.
Numa entrevista ao jornal italiano 'Il Messaggero', o responsável pela estratégia de vacinação da EMA, Marco Cavaleri, confirmou a existência de uma relação entre a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca e a ocorrência de coágulos de sangue raros em pessoas vacinadas.
“Podemos agora dizê-lo: é evidente que existe uma ligação com a vacina. O que causa esta reação, contudo, ainda não sabemos. Nas próximas horas diremos que existe uma ligação, mas ainda precisamos de compreender como isso acontece”, afirmou.
Marco Cavaleri fez questão de enfatizar as dúvidas em torno das causas desta situação: “Procuramos obter uma imagem clara do que se está a passar, para definir precisamente esta síndrome devido à vacina. Entre os vacinados, há mais casos de trombose cerebral em pessoas mais jovens do que seria de esperar. Isto teremos de dizer”.
Após as primeiras dúvidas sobre a segurança da vacina, o regulador veio reforçar que esta era segura e eficaz, embora tenha acrescentado que não podia ser descartada em definitivo uma ligação do imunizante com os casos relatados. A recomendação (também da Organização Mundial da Saúde) foi que as pessoas deveriam continuar a tomá-la, dado os benefícios na prevenção da infeção por Covid-19 e suas complicações superarem os riscos.
A maioria dos países que a tinham suspendido retomaram então a vacinação com a AstraZeneca, ainda que vários - incluindo França, Alemanha, Itália, França, Espanha, Holanda e Canadá – tenham suspendido a sua administração em pessoas com menos de 55, 60 ou 65 anos.
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