Origem da pandemia de covid-19. “A reação da China reforça suspeitas de fuga do laboratório de Wuhan”

Entrevista a Jamie Metzl, conselheiro internacional da Organização Mundial da Saúde
Entrevista a Jamie Metzl, conselheiro internacional da Organização Mundial da Saúde
Correspondente nos Estados Unidos
Membro do Comité de Conselheiros Internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS), Jamie Metzl critica a passividade inicial da instituição por “papaguear a propaganda” do regime asiático. Este ex-elemento da Administração Clinton — trabalhou no Conselho Nacional de Segurança e no Departamento de Estado —, considera a “pista do laboratório” (fuga resultante de acidente) a “mais credível”. Explicou essa tese em carta aberta publicada há duas semanas com dezenas de peritos. A Casa Branca esclarece que a origem do surto, através de contacto com animais infetados ou descuido laboratorial, continua por determinar.
Mais de um ano após declarada a pandemia, porque é que se sabe tão pouco sobre a proveniência do novo coronavírus?
Politiquices. Se tivéssemos uma pandemia com origem, por exemplo, em África, não ficava pedra sobre pedra. Se houvesse a mais pequena dúvida sobre a origem de um vírus, nomeadamente que pudesse ter escapado de um laboratório, ou que as autoridades locais estivessem a destruir material comprometedor, a eliminar toneladas de informação, a prender jornalistas e a calar cientistas, ninguém deixaria isso acontecer. Neste caso, a China é o obstáculo principal à investigação. É essencial perceber como o vírus surgiu. Senão, como se prevenirá algo parecido no futuro?
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