Coronavírus

Autoridade Europeia do Medicamento reforça: vacinas da AstraZeneca são seguras

Autoridade Europeia do Medicamento reforça: vacinas da AstraZeneca são seguras
DADO RUVIC/REUTERS

Apesar do crescente número de países que têm vindo a suspender a administração das vacinas deste fabricante, a EMA reafirmou esta segunda-feira, no Parlamento Europeu, que não vê “quaisquer problemas em que as campanhas de vacinação prossigam com recurso a esta vacina”

A Autoridade Europeia do Medicamento (EMA) reafirmou esta segunda-feira que não existem novos riscos que ponham em causa as campanhas de vacinação com recurso a vacinas da AstraZeneca. Isto apesar da velocidade estonteante a que, Estado-membro a Estado-membro, tem vindo a ser suspensa a administração das doses deste fabricante.

“Não vemos quaisquer problemas em que as campanhas de vacinação prossigam com recurso a esta vacina; não pensamos que as evidências que recolhemos mostrem que estejamos perante um risco emergente que afecte os benefícios da vacina; os benefícios continuam a ser positivos”, afirmou Marco Cavaleri, responsável pela task-force da EMA para a covid-19, numa apresentação feita ao Parlamento Europeu.

Cavaleri explicou, ainda assim, que continuam a olhar para a informação disponível, sobretudo quanto aos casos mortais, no sentido de perceber se é possível identificar grupos específicos em torno de patologias específicas ou historiais médicos semelhantes nas pessoas que registaram problemas após a vacinação.

Relação entre causa e efeito está por provar

Esta segunda-feira foi notícia a decisão da Alemanha e de França de se juntarem ao conjunto de países que decidiram suspender a vacina da AstraZeneca, depois de algumas mortes ou complicações de saúde observadas em alguns indivíduos dias depois da sua administração.

Ainda assim, as diferentes autoridades de saúde europeias e internacionais - como é também o caso da OMS - têm negado que esteja provada uma relação entre os casos verificados e a eventual existência de problemas com a vacina da Astrazeneca. A EMA, por exemplo, referiu já que, até 9 de março, em três milhões de pessoas vacinadas com inoculação da AstraZeneca, ocorreram 22 casos de trombose, número que não ultrapassa a taxa de incidência que é normalmente verificada na população em geral.

Itália, Estónia, Lituânia, Luxemburgo, Dinamarca, Noruega, Islândia e Países Baixos também já o fizeram. Por outro lado, em causa está um lote específico da AstraZeneca, que não chegou a todos os países da UE, como é o caso de Portugal, onde a vacina deste fabricante continua a ser aplicada.

Benefícios superam os riscos

Através de um comunicado emitido também nesta segunda-feira, a EMA diz que vai atualizar a informação amanhã, terça-feira, e que convocou uma reunião extraordinária para quinta-feira, 18 de março.

Ainda assim, recorda que a atual pandemia “é uma crise global, com um impacto social, económico e de saúde devastador” e que as vacinas “ajudam a proteger os indivíduos face à possibilidade de ficarem doentes, especialmente os profissionais de saúde e as populações vulneráveis”.

No comunicado, a EMA refere ainda que, apesar do trabalho de análise em curso, mantém a posição de que “os benefícios da vacina da AstraZeneca na prevenção da covid-19, com os riscos de hospitalização e morte que lhe estão associados, superam os riscos dos possíveis efeitos secundários”.

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