
Se os que dão prioridade à economia pressionam Boris Johnson a reabrir o país, os cientistas pedem que resista até a queda da infeção ser mais sólida
Se os que dão prioridade à economia pressionam Boris Johnson a reabrir o país, os cientistas pedem que resista até a queda da infeção ser mais sólida
Jornalista da secção Internacional
O Reino Unido continua em confinamento estrito, mas os casos de covid-19 por 100 mil habitantes baixaram para níveis de outubro em três dos quatro países que o compõem. Na Escócia, a redução foi “apenas” para valores de dezembro, mas a propagação da infeção não tinha sido tão alta. Ainda assim, o Governo não pensa aligeirar medidas tão cedo. Restauração e hotelaria não têm data para retomar a atividade. A apresentação do “mapa para o desconfinamento gradual”, na próxima segunda-feira, não gera grande expectativa. “The Daily Telegraph” prevê que não haja mudanças até o país registar uma média diária de mil casos ao longo de 15 dias. Chris Hopson, diretor da NHS Providers, a principal associação de profissionais de saúde do sector público, disse à BBC que o primeiro-ministro “deve focar-se nos dados, e não em datas”.
Hopson considera que “só quando os casos ativos descerem para 50 mil é possível discutir medidas de abertura”. Só em Inglaterra, na semana que terminou a 6 de fevereiro, havia 650 mil pessoas infetadas, segundo a agência Press Association. A vacinação tem corrido bem, daí também a pressão para reabrir a economia, incluindo por membros do Partido Conservador de Boris Johnson. Alguns formaram o Grupo para a Recuperação da Covid-19, que pede alívio já para 1 de maio. Se a inoculação continuar ao ritmo atual, na Páscoa poderão estar vacinados os 32 milhões de pessoas incluídas nos nove grupos prioritários definidos pelo Executivo, quatro semanas antes do previsto. A análise dos jornalistas de dados do diário “The Guardian” mostra que a mortalidade entre maiores de 80 anos caiu 62% desde 24 de janeiro, graças à eficácia das vacinas neste grupo prioritário. Antes de vislumbres de liberdade, o país deve apostar na testagem em massa. O SNS britânico planeia enviar cerca de 400 mil testes rápidos por dia (testes de fluxo lateral) para casas, empresas e fábricas.
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