A bancada social-democrata entregou, esta segunda-feira, um requerimento para que seja realizada “a audição com a maior urgência possível” de Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação pela Comissão de Educação, Ciência, Desporto e Juventude.
No documento, o PSD relembra que “na sequência do agravamento das condições sanitárias, o Governo decretou a suspensão das atividades letivas e não letivas pelo período de 15 dia”, a partir de 22 de janeiro e, pelo menos, até ao dia 5 de fevereiro de 2021. Os deputados Luís Leite Ramos, Cláudia André e António Cunha referem que o confinamento da comunidade escolar “não foi de imediato colmatado, contrariamente ao que seria expectável e ao que foi prometido, com o ensino à distância”, salientando que o Governo optou por “umas férias ‘forçadas’” que ditarão o reajustamento do calendário escolar.
No requerimento entregue ao deputado Firmino Marques, presidente da Comissão de Educação, Ciência, Juventude e Desporto, a bancada 'laranja' lembra que “oito meses depois, o país deveria estar preparado para enfrentar o cenário possível e provável de um novo confinamento forçado da comunidade escolar, mas, ao que parece, não está”.
No pedido de audição, é ainda referido que os diretores das escolas se queixam da falta de 300 mil computadores e de técnicos de informática, “além de que a capacitação dos docentes em ferramentas digitais ainda não teve início”.
No documento, o PSD sublinha que a produção de conteúdos específicos e de ferramentas adicionais para o acompanhamento dos alunos no ensino à distância “não saiu do papel”. Segundo o partido liderado por Rui Rio, existe um conjunto de bloqueios “e falhas estruturais e graves que não poderão ser contornas ou resolvidas em apenas duas semanas”.
E ficam duas perguntas: “o que é vai acontecer a partir do dia 5 de fevereiro se o confinamento se mantiver?" e " qual o plano do governo para que as escolas garantam o ensino a todos os alunos".
CDS alertou que fecho de escolas pecou por tardio por falta de computadores
Francisco Rodrigues dos Santos também já alertou que o Governo não fez “o seu trabalho de casa”, nem cumpriu a promessa de entregar um computador a cada aluno no início do ano letivo. O presidente do CDS que essa foi a “razão da teimosia” em não encerrar as atividade letiva mais cedo, “dando mais de duas semanas de avanço ao vírus e a sensação de ser um barco à deriva em plena tempestade”.
Para Francisco Rodrigues dos Santos, ficou exposto que o Governo não tinha plano B, não se preparou para a hipótese do ensino à distância "e agora forçou os estudantes a estarem de férias em casa”.
“As férias quebram rotinas, hábitos de trabalho e continuidade das aprendizagens ”, nota o líder centrista, avisando que a situação da pandemia não ficará controlada em 15 dias e que o ensino à distância “continua a ser preferível a ter ensino nenhum”.
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