Para já são 15 dias, a contar a partir desta sexta e até 5 de fevereiro, em que todas as atividades letivas estão suspensas e 1,2 milhões de alunos, do pré-escolar ao secundário, entram numa espécie de férias forçadas e afastados das escolas. A decisão foi anunciada esta quinta-feira pelo primeiro-ministro ao princípio da tarde e explicada à noite pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.
Reafirmando a convicção de que “todo o processo educativo vai ser afetado” - pelo segundo ano letivo – e que nada “substitui a experiência do ensino presencial”, o ministro reconheceu a necessidade de voltar a fechar escolas pela evolução da epidemia, agravada pelo aumento da prevalência de uma variante que é mais contagiosa.
A opção pela suspensão das aulas – ao contrário do que aconteceu no ano letivo passado, em que se passou para o ensino à distância – foi justificada pelo ministro com a possibilidade de este período de 15 dias ainda poder vir a ser compensado ao longo do ano e em períodos de pausa, como a “interrupção letiva do carnaval, de dias na Páscoa e uma semana no final do ano letivo”.
Ainda assim, começou logo por dizer na sua intervenção, este é um dia “complexo e penalizador para quem ocupa o lugar de ministro da Educação, para quem estuda na escola e para a toda a sociedade portuguesa que entende o seu papel”. Mas nem o “notável” trabalho feito pelas escolas, que garantiu que o 1º período tivesse corrido melhor do que as expectativas iniciais, permitiu que fosse agora tomada outra decisão, que tanto “sacrifica” as gerações mais novas.
Brandão Rodrigues apelou a toda a sociedade para cumprir “escrupulosamente” as medidas de confinamento, para que este afastamento da escola seja o mais curto possível.
Quanto ao que se vai seguir aos 15 dias, o ministro indicou que será preciso avaliar então os dados da evolução epidemiológica e avançar depois para uma de duas decisões: o regresso ao ensino à distância ou o regresso ao ensino presencial, por “um ciclo de ensino, dois ciclos ou todos os níveis de ensino”.
Em relação aos prometidos computadores – até agora foram entregue 100 mil, insuficientes para chegar sequer aos alunos mais carenciados -, o responsável anunciou a aquisição de mais 335 mil portáteis, não indicando no entanto quando chegam às escolas.
Na sua intervenção, o ministro deixou uma crítica implícita aos estabelecimentos de ensino privado – alguns anunciaram já que vão continuar com aulas à distância e atividades de apoio aos alunos, enquanto as públicas têm de estar paradas – apelando a que “não espreitem a exceção, que não tentem fazer diferente”, até porque não dispõem da autonomia que as universidades e politécnicos têm. "Esta é uma interrupção letiva para todos", sublinhou.
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