No dia em que Portugal registou o maior aumento de internados por covid-19 desde 2 de abril (215), e o número máximo desde o início da pandemia (3770), os hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo ficaram um passo mais perto da rutura.
Com o maior número de internados por covid-19 de todo o país, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC), tem este domingo 209 internados, 36 dos quais em cuidados intensivos, entre os hospitais de São José, Curry Cabral e o Hospital de Dona Estefânia. São mais dez doentes do que no sábado, menos dois em intensivos, mas mais 12 em enfermaria. Esta semana, numa altura em que havia apenas três camas por ocupar na unidade de cuidados intensivos, o hospital reforçou-se com outras dez.
Não há muito mais por onde esticar a capacidade de resposta, mas o Expresso sabe que ainda não estão previstas transferências de doentes para hospitais menos pressionados pela pandemia. Fonte do CHULC diz, no entanto, que a situação “pode mudar a qualquer momento”.
Já no Santa Maria, um dos maiores hospitais do país e a principal unidade do Centro Hospitalar Lisboa Norte, restam apenas oito camas nos cuidados intensivos dedicados aos doentes covid-19. O hospital fez no fim de semana um reforço de 12 camas, transformado-as de não-covid em covid, para chegar a um total de 48. Mas há 40 já ocupadas, conta fonte hospitalar ao Expresso.
O Santa Maria tem ainda 170 pacientes internados, já depois do reforço deste fim de semana e de ter recebido quatro pessoas vindas de outros hospitais da região de Lisboa, que já não tinham capacidade de as atender.
Como conta o Expresso na edição deste fim de semana, nunca o hospital recebeu tantos doentes com covid-19. O reforço feito pelo Santa Maria visa reagir não só à pressão direta que já previa como “responder às necessidades da região de Lisboa e Vale do Tejo”, altamente pressionada. O Santa Maria está também prestes a abrir mais camas para doentes não covid, “de forma a compensar os atendimentos à pandemia”.
Como o Expresso também noticiou, a taxa média de ocupação das enfermarias e das unidades de cuidados intensivos da região ronda os 95%, e a maior parte dos hospitais assume falta de capacidade para continuar a expandir o atendimento, sobretudo devido à falta de recursos humanos.
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