Exclusivo

Coronavírus

Covid-19. Já há 15 doentes em transferência de Lisboa para o Porto

Doente de covid-19 internado na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de São João, Porto.
Doente de covid-19 internado na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de São João, Porto.
Rui Duarte Silva

Agravamento da situação da pandemia, em particular nos hospitais de Lisboa e Vale do Tejo, está a acelerar o processo de transporte de doentes. Para já, o destino são três hospitais do Porto

O Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) e o Hospital Beatriz Ângelo (Loures), dos mais pressionados desde o início da pandemia, estão a preparar a transferência de doentes com covid-19 para o norte devido à saturação da capacidade de atendimento. Nos próximos dias devem ser transferidos cinco doentes não críticos do Beatriz Ângelo para o hospital de São João e dez do Fernando Fonseca, cinco para o hospital de Santo António e os outros cinco para o Hospital de Gaia.

Segundo o Amadora-Sintra, esta decisão é "preventiva, de forma a acautelar o aumento esperado da pressão sobre os hospitais da região nos próximos dias". No último fim de semana este crescimento da procura já tinha feito com que, pela primeira vez desde o início da pandemia, dez doentes do Centro Hospitalar e Universitário Lisboa Central, de que fazem parte os hospitais de São José e Curry Cabral, fossem transferidos para o Algarve e para a Covilhã.

Também para responder ao aumento das necessidades na região de Lisboa e Vale do Tejo, o Hospital Garcia de Orta anunciou esta sexta-feira o aumento da sua capacidade, abrindo mais quatro camas de cuidados intensivos, para um total de 28 camas. Desse total, 19 destinam-se ao tratamento de doentes positivos para a infeção por SARS-COV-2 e as restantes camas destinam-se a doentes “não covid”, informou o hospital em comunicado.O Garcia de Orta avisa ainda que "não exclui a possibilidade de vir a estabelecer protocolos com unidades privadas de saúde para a contratualização de camas de cuidados intensivos, em caso de necessidade adicional e uma vez esgotada a capacidade de articulação regional".

Esta sexta-feira o hospital tinha 123 doentes, dos quais 105 internados em enfermaria e 18 doentes em Unidade de Cuidados Intensivos, e nas últimas oito semanas tem mantido uma média diária de 90 a 100 camas destinadas a adultos positivos para a covid-19, em enfermaria.

"Ao longo dos últimos meses, o Hospital Garcia de Orta tem sido alvo de uma 'pressão' assistencial adicional e que se mantém elevada. No que concerne à situação pandémica, assiste-se no HGO a uma situação de plateau, considerando sempre um número elevado de casos, compatível com o máximo da nossa capacidade de resposta", pode ler-se no comunicado.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: CAMartins@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate