Coronavírus

Idosos revelam uma intenção mais imediata de tomar a vacina para a covid-19

Idosos revelam uma intenção mais imediata de tomar a vacina para a covid-19
Dado Ruvic/REUTERS

Barómetro da Escola Nacional de Saúde Pública conclui que a confiança da população na segurança e eficácia das vacinas aumentou nas últimas semanas

Os idosos estão entre as pessoas que revelam uma intenção mais imediata de tomar a vacina, conclui o barómetro da Escola Nacional de Saúde Pública, divulgado esta quinta-feira e referido na reunião no Infarmed. Em geral, a população que sente ter maior risco de desenvolver complicações graves devido à covid-19 está mais disposta a ser vacinada logo que possível.

Apenas 6% dos idosos pretendem esperar "muito tempo" ou até mesmo não tomar a vacina, uma percentagem bastante mais baixa do que os 26% de adultos entre os 26 e os 45 anos com as mesmas intenções.

Cerca de 28% das pessoas que percecionam "risco moderado" ou "elevado" têm intenção de serem vacinados de forma imediata. O barómetro aponta ainda que há mais homens (34%) do que mulheres (25%) a quererem ser logo vacinados. "São também as pessoas mais escolarizadas e com rendimentos superiores quem revela uma intenção mais imediata de tomar esta vacina", conclui a análise.

A equipa de investigação responsável por este barómetro, relativo às semanas entre 14 e 27 de novembro, conclui que a intenção da população de tomar a vacina se alterou de forma positiva entre setembro e novembro. "Se em setembro 26% dos respondentes pretendiam 'esperar muito tempo' ou até mesmo 'não tomar', esta proporção diminuiu para 18% durante a última quinzena de novembro", indica o comunicado da Escola Nacional de Saúde Pública.

Segundo os dados mais recentes, 30,6% da população quer tomar a vacina "logo que esteja disponível", 51,7% querem esperar "algum tempo" antes de tomar, 11,5% preferem esperar "muito tempo" até tomar, enquanto que 6,2% não querem mesmo ser vacinados.

A parte da população que não quer tomar a vacina é um grupo "muito específico e com as mesmas características", segundo afirmou Carla Nunes, no Infarmed, em resposta a Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhando a necessidade de ter mensagens "claras e curtas" para esta população.

E a confiança na vacina?

Tal como foi referido na reunião desta quinta-feira no Infarmed pela diretora da Escola Nacional de Saúde Pública, a confiança da população nas vacinas "está a aumentar". Cerca de 63% das pessoas estão agora confiantes ou muito confiantes relativamente à segurança e eficácia das vacinas em desenvolvimento. E esta é uma percentagem já acima dos 48% que tinham esta perceção em setembro.

Os adultos entre os 26 e os 65 anos são quem mais revela estar “pouco” ou “nada confiante” (cerca de 52%), comparativamente aos idosos (30%) ou aos jovens com idades inferiores a 25 anos (41%). E os homens são quem demonstra maior confiança, com 59% a revelar estar “confiante” ou “muito confiante”, em comparação com 47% das mulheres. Além disso, são as pessoas mais escolarizadas e com rendimentos superiores que revelam níveis mais elevados de confiança nestas vacinas.

Esta análise sugere ainda a existência de uma relação entre a confiança que as pessoas têm na informação veículada pelas autoridades de saúde e a sua intenção em tomar a vacina. Quase um terço (31%) das pessoas que avalia a informação como "incoerente e contraditória" pretende esperar muito tempo até ser vacinado ou até mesmo não tomar a vacina.

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