Coronavírus

“Temos de reduzir contactos, mas ir ao trabalho, escola, teatro e fazer compras. Temos de continuar a viver”: DGS faz apelo

“Temos de reduzir contactos, mas ir ao trabalho, escola, teatro e fazer compras. Temos de continuar a viver”: DGS faz apelo
TIAGO PETINGA/LUSA

Direção-geral da Saúde pede que, apesar do cansaço, não se facilite na prevenção da transmissão da infeção. A fadiga pandémica “é natural e esperada” mas “temos de fazer tudo para não adoecer e não sermos propagadores da doença”. Sobre quando esta segunda vaga atingirá o pico, Graça Freitas recusou apontar uma data. “Estamos a correr uma maratona sem fim”

Graça Freitas pediu aos portugueses que mantenham os cuidados para evitar a propagação da covid-19. Na habitual conferência de imprensa, esta segunda-feira, a diretora-geral da Saúde fez um apelo: “Não baixar a guarda por muito cansados que estejam”. E recordou que “as únicas medidas que temos contra” a disseminação da infeção “são os nossos comportamentos”. “Não é de vez em quando, são as coisas que fazemos diariamente”, defendeu e lembrou que “é da nossa responsabilidade achatar a curva” que tem estado a crescer nos últimos dias.

“Como vamos achatar? Não temos muita coisas, mas temos algumas que já provaram fazer efeito. E essa arma chama-se prevenção”, disse. “Com quantas menos pessoas contactar no dia a dia, menos hipótese há de contagiar ou ser contagiado”, acrescentou, defendendo a redução dos contactos. E, além da distância física, enumerou aquelas que considera ser as “medidas que funcionam de facto”: “usar máscara, levar o menos possível as mãos à cara, não mexer na cara - sobretudo na boca ou no nariz-, lavar frequentemente as mãos ou desinfectar”.

“São medidas básicas mas são as mais eficazes que temos de momento”, continuou. “Temos de fazer isto sem deixar de ir ao trabalho, à escola, ir ao teatro, ao cinema, ao comércio fazer as nossas compras. Temos de continuar a viver.”

Graça Freitas considerou ser “natural e esperada” a fadiga pandémica que se faz sentir mas “temos de fazer tudo para não adoecer e não sermos propagadores da doença”. “Todos estamos cansados, queremos continuar as nossas vidas”, referiu. “Nós, os seres humanos, somos os únicos veículo eficaz de propagação da doença.”

Esclareceu ainda que a grande parte dos casos internados nas unidades de cuidados intensivos são pessoas com mais de 50 anos, sublinhando, no entanto, “os jovens não estão imunes” a ter uma forma grave da doença e que há pessoas novas entre os internados por covid-19. Questionada sobre a situação nas escolas, referiu que estas têm sido “locais relativamente seguros” e que embora “tenham existido alguns casos” estes não representam “uma grande fonte de transmissão”.

Sobre o pico desta segunda vaga de infeções, recusou apontar uma data, assinalando que “estamos a correr uma maratona sem fim”. “A doença é nova e não sabemos. Vamos ter outras ondas, isto vai ser apenas um pico”, disse. “E já que falamos em picos, diria que isto será mais como uma cordilheira.”

Questionada sobre as eleições presidenciais, Graça Freitas garantiu que a Direção-geral da Saúde já está em contacto com a Comissão Nacional de Eleições. “Temos até um subdiretor geral designado para acompanhar essa questão”, referiu.

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